15.8.07

CAIS DAS COLUNAS

Saber se o Marquês de Pombal era ou não da Maçonaria é um exercício difícil e serôdio. Não há provas concretas de inscrição ou frequência em Lojas maçónicas. Porém seu irmão, Francisco Xavier de Mendonça (Governador do Pará e Ministro de D. José) era Mestre Maçon. E outros colaboradores próximos também estariam ligados à Maçonaria. É o caso dos principais arquitectos da reconstrução post-terramoto: Manuel da Maia, Carlos Mardel e Eugénio dos Santos.
Aliás, essa reconstrução poderá ter obedecido a uma visão simbólica-utópica dos ideais maçons. Façamos uma pequena especulação com base na Praça do Comércio.
Tal como num templo maçon a praça é rectangular, estando o seu maior eixo orientado no sentido este-oeste. A oeste duas colunas que poderão representar as colunas Jachim e Boaz. As colunas teriam sido construídas no templo de Salomão, pelo arquitecto Hiram e correspondem ao Sol e à Lua , simbolizando a oposição entre o masculino e o feminino, o activo e o passivo, a luta entre as forças construtivas e destrutivas do universo.
As colunas enquadram perfeitamente a estátua de D. José e o arco da Rua Augusta. A estátua equestre está ao centro, no local onde se situa o altar num templo maçónico. A estátua, porém, nada tem de parecido com as feições do rei. É um cavaleiro segurando um ceptro de cinco pontas caminhando sobre serpentes. Tudo isto nos remete para a alegoria de S. Jorge e o Dragão, simbolizando o triunfo do bem sobre o mal.
Bom, mas a coisa não pára aqui! O número de arcos da Praça é igual ao número de cartas do Tarot, podendo, assim, representar o jogo da vida, com 11 de cada lado do arco, perfazendo 22 arcos, que é o número dos Arcanos Maiores e 28 de cada lado da Praça, somando 56, que é número dos Arcanos Menores. Será a Praça um gigantesco jogo de Tarot?
Mais, unindo as três cabeças das estátuas no cimo do Arco do Triunfo, encontramos um perfeito triângulo equilátero, o "Delta luminoso" que simboliza a divina trindade: o passado, o presente e o futuro; a sabedoria, a força e a beleza; o nascimento, a vida e a morte, etc. A Rua Augusta será a rua dos "perfeitos", ladeada pelas ruas do Ouro e da Prata, sugerindo a Grande e a Pequena Obra Alquímica (transformação das matérias em ouro e prata).

Enfim, as especulações podiam continuar. O que incomoda é, mais uma vez, a falta de visão turística. Porque não se explora abertamente esta perspectiva maçónica da Praça? Só nos USA há mais de um milhão de maçons. E no Brasil cerca de trezentos mil... Já viram o potencial, de negócio e de criação de postos de trabalho, directos e indirectos. Visitas guiadas... Recuerdos em avental, compasso e esquadro... A"Flauta Mágica" interpretada por músicos nacionais... Palestras e sessões de autógrafos com os Mestres das principais Lojas de Lisboa...
Agora, há uma coisa verdadeiramente preocupante e que compromete todo esta projecto: onde param as colunas do cais?!
jp

3 comments:

Anonymous said...

Estão num embarcadouro particular, ao fundo de um jardim, numa das ilhas brasileiras, da rota rio - s. paulo.
Mas estão já umas novinhas a fazer!

Anonymous said...

o cais das colunas não está virado a oeste mas sim a sul...

Anonymous said...

logo a teoria da orientação cai.