Pergunta um rapazito de Alenquer à revista "Maria" na sua edição nº 1502: "Tenho fantasias salgadas. Adoro colocar sal no órgãos genitais da minha namorada e depois fazer sexo oral. No entanto, ela queixa-se que o sal lhe provoca ardor e seca a pele".
A revista concorda que a coisa pode ser dolorosa para a namorada e recomenda, mesmo, que o leitor mude de fantasia.
Nós vamos mais longe. O problema do sal é genético nos portugueses. Está provado cientificamente que a nossa tendência para o excesso de sal vem de séculos de habituação à comida salgada. Causa: os "descobrimentos". Longas viagens por mar obrigavam à salga dos alimentos para conservação. A coisa agravou-se com a "descberta" do bacalhau.
Naquele remoto ano de 1500 deu-se a maior descoberta portuguesa de sempre. Gaspar Corte-Real atinge a Terra dos Bacalhaus (hoje Terra Nova e Labrador). O bacalhau salgado passou a constituir a principal fonte de alimentação das naus da Índia e do Brasil. No tempo de D. João III a frota de bacalhoeiros chegou a atingir 150 navios! Tudo se perdeu. O Império foi-se. Resta o bacalhau, último sopro desse "Quinto Império" com que Pessoa sonhava perdido em noites de absinto.
A tendência para o uso e abuso de sal está nos genes portugueses. Nalguns casos é mesmo compulsiva. Por isso, caro leitor, se não tiver problemas de hiper-tensão lamba antes um bacalhau e deixe a namorada em paz!
jp
1 comment:
Lamber um bacalhau. Gosto da imagem. É sugestiva e de fino recorte literário...
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