REFLEXÃO BRASÍLICA

Sai da minha virtualidade. Aventurei-me pelo mundo real. Fui de surpresa em surpresa. Do outro lado da net há gente. Gente que ri, pensa, sofre, chora. Gente maravilhosa que se quer conhecer. A blogoesfera é tudo o que imaginara e muito mais. É a confirmação que estamos carentes de afecto. Que precisamos muito uns dos outros. Que não há oceanos a dividir. Que cada vez estamos mais juntos. Deitado na minha cama em Santa Catarina, sozinho no meu delírio, entendi que o mundo roda nos fusos sem horário. As horas estão dentro de nós. Somos nós que contamos os minutos da vida. A vida não quer saber. A vida quer viver. Somos nós que fugimos da vida. Cobardes, refugiamo-nos em palavras, em desculpas, em cerimónias. E tudo para quê? Quando a vida passar, quando os minutos matarem os fusos que restará? Alguma felicidade que passou efémera, iludindo a nossa chama fugaz. O resto permanece na ausência, naquilo que não fizémos. Naquilo que não temos coragem de fazer. Decidi que enfrentarei os meus Medos, que seguirei em frente mesmo que o sinal esteja encarnado. Não quero ficar arrependido daquilo não fiz. Prefiro me arrepender daquilo que fiz.