8.2.10

TURISTA OCIDENTAL - NA TERRA DOS LUSITANOS (6)

Viseu. Ao longe, a cidade no meio do planalto aqui e ali salpicado por cáfilas de castanheiros, impantes nos seus ouriços rebeldes. A oeste a serra do Caramulo. A norte as serras de Leomil, Montemuro e Lapa. A sul, a Estrela e Lousã. Muitos granitos e esporádicas formações quartzitos e gneisses do pré-câmbrico e arcaico.

Consta que Viriato andou por aqui, perdido no meio destes grandes cataclismos, entre cardumes de castanheiros. Viriato era um fedelho irrequieto e insuportável. Pastava entre a Meseta Ibérica e os Montes Hermínios.
Manhã cedo, saia do tugúrio familiar com um casqueiro de bolota e uma cabaça de aguardente de zimbro para matar o bicho. Perna curta de montanheiro, envolto em mal curtido bedum de cabra. Percorria despenhadeiros graníticos em equilíbrio instável. Sonhava vertigens heróicas de libertação radical.
Estamos em 160 a. C. O tempo era romano… O espaço incerto… O modo troglodita!
O rapaz pertencia à tribo dos Lusitanos, de origem duvidosa. Eles próprios não sabiam donde vinham e muito menos para onde iam. Seriam Celtas? Iberos? Atlantes? Os romanos chamavam-lhes “pernix lusis” (ágeis lusitanos), visto não pararem quietos. Nós não nos atrevemos a chamar-lhe o que quer que seja, para não ferir susceptibilidades.
(A continuar)

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