15.2.10

TURISTA OCIDENTAL - NA TERRA DOS LUSITANOS (9)

Os castanheiros não andam em cardumes, cáfilas ou alcateias. Antes se preferem juntar em soutos. Isto quando se dedicam a produzir castanha. Quando optam pela simples produção de madeira, então, eles próprios, tomam a iniciativa de se agregar em castinçais.
Pertencem à grande família das Fagácias e são do género Castanea sativa. Adoram temperaturas frias, acima dos 500m de altitude. Florescem em Maio ou Junho e dão fruto entre Outubro e Novembro.

Em cada ramo há flores masculinas e femininas. Um exemplo de heterosexualidade, infelizmente pouco seguido pela generalidade das árvores.
É das flores femininas, que estão agrupadas em duas ou três no interior de uma cápsula, o “ouriço”, que nascem as castanhas. De facto, a castanha é o fruto espinescente do castanheiro europeu, geralmente com três aquénios.
As principais variedades de castanha são a “judia”, de grande consistência e forma arredondada, adequada para o delicioso “marron glacé” (as melhores do mundo são de Viterbo, Itália); a “longal”, muito saborosa, mas que não aguenta tratamento industrial, destinando-se predominantemente para fazer puré; e a “martinha”, de difícil conservação, devendo consumir-se fresca.
Muito cuidado com a “doença da tinta”, provocada pelo micro-fungo Phytophora cambivora, ou com o devastador “cancro do castanheiro”, propagado pelo também fungo Endolhia parasita And & And (?!).
Finalmente, destaque-se que a castanha foi o mais importante farináceo na Europa, antes da chegada da batata e do milho (séc. XVI), empanturrando o pessoal durante toda a Idade Média mas sem colesterol!
(Na imagem, um castanhiro em flor. A continuar)

4 comments:

Maria Augusta said...

Adoro marron glacé, miam, miam!

Lizete Vicari said...

Que lindo!
Adoro estas castanhas!
Sabe que temos castanhas no Rio Grande do sul?
Não sei se tão boas quanto as tuas, mas dá para se empanturrar! rs
Grande beijo e saudades!
lili

Jorge Pinheiro said...

No Rio Grande em zonas altas é bem possível, Lizete. Beijos também.
Maria Augusta: pois é, é óptimo...

astracan said...

A coexistência de elementos de dois sexos na mesma planta é hermafroditismo. Heterossexualidade é outra coisa, não? Abraço