21.6.10

MYRA LANDAU - V

Em 1955 Michel Weber abre uma galeria em São Paulo e convida Myra a expor. Myra decide enfrentar o público. O artista tem de se exibir. De se confrontar com a crítica. É aqui que começa a carreira de Myra, embora ela não tivesse consciência disso. Com todos os acidentes de percurso, ela seguiu em frente. No dia da inauguração compram-lhe um quadro. Ela apercebe-se que os quadros passam a ter vida própria. Já não lhe pertencem. Mas a arte tem equívocos. E o comprador regressa pedindo para mudar a cor do elemento principal, uma guitarra. Não combinava bem com o sofá recém comprado. Myra devolve o dinheiro e não entende porque não mudam a cor do sofá.
Neste período Myra entra para a “Escolinha de Arte”, onde aprende gravação sobre metal com Oswaldo Goeldi. Ao fim de um mês, Oswaldo declara já não ter nada para lhe ensinar. Simultaneamente mantém-se loucamente apaixonada por António. Uma paixão que não tem o apoio dos seus pais, nem do pai de António, um católico aristocrata italiano que não vê com bons olhos a união.
Em 1956 expõe na Galeria OCA, no Rio de Janeiro e participa na exposição “Itinerante Santa Rosa do Salão Ferroviário do Ministério das Obras Públicas”, também no Rio. Mas o pai não queria que ela assinasse Landau. Assim estes primeiros quadros apenas estão assinados Myra. Um dia, porém, a mãe pediu para pôr um quadro de Myra na parede da sala…
(continua)

15 comments:

Anonymous said...

...essa história esta pra lá de boa! E bem contada!

byTONHO said...
This comment has been removed by the author.
byTONHO said...



Esta "menina" pintava o se7e!

História MYRAbolante!

abraços!

Luísa said...

E depois? Como reagiu ao pedido da mãe?
Então, então, conta, conta!O quadro foi para a parede?

Jorge Pinheiro said...

Pessoal, calma...

Lili Detoni said...

Nossa! É como ver um filme! Parabéns pela narrativa, pois a ansiedade de ver o próximo capítulo é inevitável! Abraço! Lili Detoni.

jugioli said...

Emocionante!!!

chica said...

Quehistóriua tem minha querida Myra! Essa do comprador que quer mudar a cor, é demais,heim???Eu pintaria a cara dele, acho!rssr...abração,chica

Juliana Rossa said...

Assim como todos, também estou ansiosa!
Maravilhosa história!

myra said...

minhas amigas e amigos, agradeço as suas palavras, sabem fico um pouco sem geito...sim Tonho, para meus pais "eu pintava o sete" para mim era normal:)))

Maria Augusta said...

A vida real dela ultrapassa qualquer ficção e está muito bem contada por você.

TORO SALVAJE said...

Me encanta saber más de ella.

Gracias.

Saludos.

Jorge Pinheiro said...

Obrigado. Vai sair o VI...

Alexandre Kovacs said...

Achei o seguinte trecho muito bom:

"Myra devolve o dinheiro e não entende porque não mudam a cor do sofá."

Este entendimento da arte como elemento meramente decorativo deve irritar muito o artista!

Jorge Pinheiro said...

Sem dúvida Kovacs, do mais irritante que há...