16.11.10

COIMBRA - CRUZ ORBICULAR

A Cruz Orbicular (ou Cruz Templária) aparece na totalidade dos templos românicos (séc. XI e XII). Aqui, estamos em Santa Clara-A-Velha. Este símbolo foi adoptado pelos Templários portugueses e, mais tarde, ao tempo e D. Dinis, deu origem ao símbolo da Ordem de Cristo. Trata-se de um símbolo muito antigo, cujo significado vamos aqui tentar sintetizar.
A palavra templum, em latim, quer dizer delimitar. Um espaço sagrado onde reina o cosmos, protegendo o homem do caos e da insegurança do exterior. As cruzes orbiculares marcam essa "protecção mágica" nos quatro lados do templo. No "românico" as igrejas são fortalezas de pedra, com janelas diminutas, claramente viradas para o recolhimento em segurança física e também votadas à meditação e introspecção. A Cruz Orbicular já era conhecida em Portugal desde o séc. VI (Mértola, numa pedra tumular). A Cruz Orbicular terá origem oriental, expandindo-se pelo Egipto e chegando à Europa via Bizâncio e norte de África e à China por intermédio dos missionários nestorianos. A Cruz Orbicular torna-se universal. Todos os reis portugueses, até Sancho II, usaram esta cruz no respectivo selo. Os Templários portugueses, talvez pela influência das "heresias" prisciliana e ariana, usaram-no como símbolo. Só com D. Dinis e com a extinção da Ordem pelo Papa, a cruz estiliza-se na  Cruz da Ordem de Cristo (os Templários renovados).
A origem e significado nada tem a ver com a cruz de Cristo. No séc. IX a.C. já existiam na Assíria e no séc. XV a.C. foi encontrada uma em Cnossos (Creta). A sua origem insere-se na tradição antiquíssima da cruz "inscrita no círculo". Aliás, a cruz de Cristo só começou a ser usada no séc. Vd.C. Até aí era o Icthus (Peixe). A cruz de quatro braços iguais, apontando para os quatro pontos cardeais, é o símbolo da totalidade do Cosmos, inspirando os próprios mandalas. É o símbolo da harmonizaçao dos quatro elementos, sendo o centro o motor imóvel, o quinto elemento, a raiz do movimento. A "dupla hélice". E como "Deus é geómetra", segundo Platão, a Cruz Orbicular é um prodígio de geometria: a intersecção de um círculo central com quatro círculos laterais. Os indianos adoptaram a suástica (suástica em sânscrito quer dizer cruz) de Vishnu que roda para a esquerda e representa o movimento de construção; e a suástica de Shiva que roda para a direita e simboliza o movimento de destruição. O Cosmos mantém-se graças aos dois movimentos, formando um círculo com duas linhas iguais a cruzarem-se ao centro, a Cruz Orbicular.

7 comments:

Sandra said...

Ola amigo!
Venho lhe convidar mais uma vez, agora sim para comer uma fatia de bolo e tomar champanhe na festa que a curiosa preparou para o nosso amigo em comum, chamado João.
Estou muito feliz com a festa. Muitos amigos já vieram. Mas ainda tem bolo e champanhe bem geladinha. Sinta-se convidado mais uma vez e venha participar desta linda Festa Supresa, ao nosso amigo..
Carinhosamente,
Sandra

daga said...

então a do Hitler simbolizava o movimento de destruição! faz todo o sentido...
muito interessantes estas informações!
beijinhos

Jorge Pinheiro said...

Pois... E até tinha lá uns "monjes negros" para ajudar.

Li Ferreira Nhan said...

Interessante!
Muito obrigada pelo texto.
um beijo Jorge

Anonymous said...

As coisas que tu sabes! E já agora, de que parede é a cruz?
Apadao

Jorge Pinheiro said...

Santa Clara-a-Velha.

Jorge Pinheiro said...

Parede sul.