COIMBRA - SANTA CLARA - A - VELHA I

A Ordem de Santa Cruz (frades Crúzeos) sempre dominaram Coimbra, impedindo o seu desenvolvimenteo e expansão até ao séc. XVIII. Donos de grande parte dos terrenos Coimbra, lutaram pela inacção e subdesenvolvimento. Uma espécie de monopólio que, logo no séc. XIII, tentou impedir a construção do Mosteiro de Santa Clara. Foi Dona Mor Dias, uma nobre de Coimbra, que, ao tempo de Afonso III, empreendeu a árdua tarefa de fundar uma casa de Clarissas. A primeira pedra foi lançada em 1286, na margem esquerda do Mondego, perto do local onde existia um Convento Franciscano. A guerra com a Ordem de Santa Cruz foi tal que o Mosteiro acaba fechado com a morte da fundadora. A partir de 1307, a Rainha Santa Isabel (mulher de D. Dinis), interessa-se pelo Mosteiro. Em 1314 obtém autorização papal para refundar o Mosteiro. Gastou muito do seu património pessoal na reabilitação do Convento, onde acaba por recolher após a morte do marido, em 1325. Entretanto, o rio Mondego começa a subir drasticamente de cota (mais de sete metros), alagando sistematicamente toda a zona do Mosteiro, por mais de uma vez. Foram sendo construídos andares sobrepostos, tentando escapar ao avançar das águas. A situação, porém, torna-se insustentável. No reinado de D. João IV (séc. XVII) constrói-se o Mosteiro de Santa Clara - A- Nova, no Monte da Esperança. O velho Mosteiro é abandonado definitivamente em 1677. Em 2001 foi lançada a recuperação. Hoje é, indiscutivelmente, um prodígio arqueológico. Um símbolo nacional de saber fazer. Imperdível.