COIMBRA - SÉ VELHA I

A Sé Velha de Coimbra é um dos edifícios românicos mais importantes de Portugal. Coimbra passa a sede episcopal no séc. V, ainda sob égide romana, sucedendo à vizinha Conimbriga, invadida pelos Suevos em 468. A construção da Sé terá começado após a batalha de Ourique (1139), mandada erigir por Afonso Henriques que estabeleceu capital do reino em Coimbra. Em 1185 foi aqui coroado D. Sancho I, segundo rei de Portugal. A construção arrastou-se até ao séc. XIII, com a conclusão das obras do claustro. O projecto inicial é atribuído a mesre Roberto (de origem francesa) que dirigiu também as obras da Sé de Lisboa. A falta de elementos decorativos zoomórficos e a própria arquitectura interior (vejam-se os detalhes das varandas e janelas) poderá ter a ver com o núcleo de operários de origem moçárabe que se deslocou para Coimbra no séc. XII. Só no séc. XVI foram decoradas as naves com azulejos e se construiu a Porta Especiosa, no lado norte (um pórtico de 3 andares, em estilo renascentista, da autoria de João de Ruão). Em 1772, após a expulsão dos Jesuítas pelo Marquês de Pombal, a Sé foi transferida para a antiga Igreja Jesuíta, hoje a Sé Nova de Coimbra. A Sé Velha lembra um pequeno castelo, com muros altos coroados por ameias e com janelas estreitas. Uma característica típica do românico peninsular, que se explica pelo clima bélico de Reconquista que se vivia. Nos tempos actuais, muitas serenatas de Fado de Coimbra foram cantadas nas escadarias da Sé. Aqui cantaram nos anos 70 Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira, e eu estive lá...