Em 1972 Myra conhece Fernando Andrade Cancino, pintor, arquitecto e futuro historiador de arte. É ele, que uns anos mais tarde, analisa e caracteriza as várias fases da obra de Myra.
“ Nos vinte e cinco anos dedicados à pintura, podemos distinguir quatro fases fundamentais: uma naif; outra expressionista com caracteres indígenas associados; uma terceira fase de abstracções, com integração de símbolos, grafismos, placas de metal e colagens; uma quarta fase, o seu período actual, de geometrismo abstracto-informal.
Myra chega ao expressionismo depois de deixar a corrente naif, de uma forma um pouco inconsciente, talvez influenciada por uma tendência de moda, entre os pintores da geração.
As primeiras tentativas expressionistas de Myra partem do realismo. Ela integra elementos próprios da América Latina e mais especificamente do Brasil, essencialmente negros e favelas. Pouco a estes elementos vão desaparecendo, ficando apenas vagas figurações geométricas representando casarios ou templos, de difícil reconhecimento. A ponte com a realidade vai-se rompendo, conservando como referencial constante a geometria da linha.
Esta ponte com a realidade rompe-se definitivamente quando Myra chega ao México. Aqui terminará toda a objectivação. Myra realiza os seus primeiros quadros abstractos. Uma descoberta que a estimularia definitivamente para continuar pintando e que lhe daria um estilo e uma linguagem própria. Podemos considerar estas abstracções iniciais, geométricas, informais e líricas, como o “estilo-mãe” que caracterizará toda a sua obra posterior, não obstante algumas tentativas para outros estilos e técnicas diferentes”…
(Continua)
2 comments:
Acompanhar a trajetória da querida Myra é sempre um prazer. abraços, tudo de bom,chica
A obra e a vida de Myra são espetaculares!
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