1977, Myra recebe uma chamada telefónica da amiga Maria Cecília. O pai está gravemente doente. Myra voa de urgência para o Brasil. Vai ainda a tempo de estar com o pai durante um mês. A situação do pai embora grave parece estável. Ainda regressa a Xalapa. Em Janeiro de 1978, porém, recebe a notícia da morte do pai. Myra sente uma morte colectiva. Com a morte do pai morrem de novo o filho e Miguel. Myra sente que arrasta consigo demasiados entes queridos. Todos desaparecidos. Myra quer morrer e acompanhá-los para sempre. A presença da filha Dominique, tal como na trágica morte do filho Elin, salva-a de fazer uma estupidez. Mas ela sente este desfecho doloroso como um pre-final de vida. As poucas raízes que tinha perdem-se. Começa a ser indiferente estar aqui ou ali. Dominique, já então casada, tem a sua vida. O irmão está longe, no Brasil. Um irmão querido com quem quase não tem contacto directo desde os tempos da adolescência. Myra interroga-se sobre o destino. E o destino interroga Myra. Terá valido a pena? Cada dia que passa sente-se mais só. Continua a desenhar linhas e mais linhas, linhas ad infinitum, até que uma delas a leve de vez.
(continua)
5 comments:
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Linhas alinhadas,
alinhavadas...
tecendo (sendo) parte de uma história adMYRAvel!
...
Caro Jorge
Veja no
http://po--etica.blogspot.com
algo sobre "linhas".
DOIS abraços!
Momentos tristes e fortes da vida...beijos,chica
nossa...
que história!
Que história de vida, beijinhos
A MYRA, como disse o Tonho, é adMYRAvel !!!!
Parabéns pelo seu aniversário, no dia de HOJE!
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