8.10.11

DIA A DIA - DÉJÀ-VU


A vida desenrola-se a uma velocidade estonteante. Há um passado que parece alheio. Uma incerteza quanto à existência. Por vezes fico na dúvida se era eu que vivi aquelas situações. Como se alguém me contasse. Sim, estive lá, mas que fiz de facto? Como senti as coisas? Como era mesmo?!... Olho como num filme. Espectador do meu passado. Realizador de mim. Uma sala sem público. Uma tela sem legendas. Onde começa o que foi, onde acaba o que me recordo? O que é realidade, o que é imaginação? Como se preenche o vazio dos anos sem memória? As fotografias que recordam momentos sem cheiro? Porque os actos deixam um lastro de consequências. Olho e vejo um espelho baço. Um misto de bom e de mau. De correcto e incorrecto. De alegrias e tristezas. Umas vezes sou eu. Outras não sei quem era. Uma sensação de déjà-vu.

11 comments:

Luísa said...

E muitas vezes apetece gritar: -tirem-me deste filme!

Rodagens numa longa metragem....a vida!
Jinhos

João Menéres said...

A minha atenção fixou-se na imagem, JORGE.

GRANDE IMAGEM !

byTONHO said...



Dú-Vidas!
Dí-Vidas!

:o)

myra said...

somos irmaos, mesmo...

daga said...

pareces o Fernando Pessoa com os seus múltiplos "eus", com a oposição entre o sonho e a realidade, com os seus paradoxos...
és um poeta :)) não estou a brincar! não o vou citar para não ficar "chato" :p
beijo

Jorge Pinheiro said...

Tonho: é isso mesmo. Há uma dúvida na dívida e vice-versa.

Jorge Pinheiro said...

Luísa: tirem-me daqui... mas para onde?

Jorge Pinheiro said...

Myra :))

Jorge Pinheiro said...

João: não é minha, a imagem. Apenas a trabalhei um pouco.

Jorge Pinheiro said...

Graça: Pessoa?! Nunca tinha pensado nisso...

João Menéres said...

Se foi trabalho, melhor ainda !

Neste país onde poucos querem trabalhar bem...