Cabo Verde é um país musical. Por todo o lado há música. Quando ouvimos os vários géneros musicais, fica uma sonoridade de fado tropical desenvolvido nos sons quentes da morna. Um ritmo afro-brasileiro, nas coladeras. A música de Cabo Verde é sobretudo polifónica, ou seja, a melodia desenvolve-se sobre uma base formada por uma sucessão de acordes. Contrasta assim com a música da África Ocidental, que se caracteriza por uma sobreposição de contrapontos. São poucos os géneros que são monofónicos (batuque, tabanca, colá). As escalas musicais empregadas são escalas musicais europeias. A morna, a coladeira, a mazurca, o lundum, por exemplo, usam frequentemente escalas cromáticas. O funaná, em contrapartida, usa frequentemente escalas diatónicas. As linhas melódicas variam muito, e alguns autores dizem (de um modo bastante impressionístico) que «a melodia lembra as montanhas e as ondas do mar». Se na melodia e na harmonia nota-se sobretudo a influência europeia, é no ritmo que se nota mais a influência africana. Os ritmos são sincopados e o emprego simultâneo de vários instrumentos de percussão permite modelos rítmicos complexos. Uma música sensual e inimitável que nos transporta a uma África europeia.
28.9.12
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8 comments:
Impressionante, o seu texto!
Pela forma e pela clareza do conteúdo
E é isso mesmo!...
Anónimo da S.
Uma lição !
E que lição, Jorge !
Música maravilhosa
Saudade grande de Cesária
Uma mulher completamente "fora".
pode explicar?
maravilha!!!!!
"Fora" porque é excepcional e de sui generis como personalidade e vivência.
Agradeço e explicação e concordo.
Uma Diva! Uma Dádiva!
Dói saber que já não está.
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