A Fernanda insiste em recuperar a casa dos avós que tiveram a infeliz ideia de nascer no centro geodésico de Portugal, no meio de pinhais em permanente incêndio, terras de xisto sempre a descer e a subir, um calor de morrer, sem praia, sem mar, moscas pegajosas e mosquitos desvairados por sangue novo. Estamos no Casal de Sant'Ana, algures entre a Sertã e Vila de Rei. Terra de maranhos e buxo, aqui a sopa de peixe tem achegãs e truta, num surpreendente caldo de abóbora com tomate. As casas caiem na proporção do abandono a que estão votadas. Quem as recupera merece uma medalha e, se possível, merece ganhar o euromilhões. Os empreiteiros são gordos e de perna curta. Fazem-se esperar e às vezes não chegam a vir. Três dias que passaram depressa, entre projectos e limpezas, na procura de uma piscina redentora que nos refresque a alma.
24.8.13
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9 comments:
Na minha opinião, a Fernanda está cheia de razão !
Custe o que custar, o restauro deve prosseguir !
Quem sabe se não me convidam um dia...
LOL
deve ser realmente difícil recuperar estas casas, mas vale a pena tentar! o impossível não será tanto uma questão de tempo, mas talvez de dinheiro ;)
beijos aos dois
deve, deve, acho lindo!!
Subscrevo as palavras de "daga".
Curioso tudo isso descrito acerca do tal sitio.
Será uma característica comum dos centros geodésicos?
O Gil é natural de uma cidade no centro geodésico do estado de São Paulo. Lá o calor é infernal. As moscas são em nuvens, aos trilhões e os pernilongos "desvairados por sangue novo".
A terra é vermelha, poeirenta e o peixe do Tietê é quase incomível.
Por lá o problema dos empreiteiros não são as pernas, mas os braços; são curtos!
Braços curtos?!
Aqui no Brasil " braço curto " é aquele cara que acha que tem problema nos braços, ou seja, não estica para fazer nada, não mexe uma palha, não trabalha, o típico preguiçoso.
Ah. Aqui pena curta é mesmo "defeito" físico.
Mas a casa merece mesmo restauro. Adoro casas de pedra. E casa dos amigos. Casa e barco.
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