No restaurante “Aux Armes de Bruxelles”, em plena Ilot Sacré de
Bruxelas, três homens na casa dos quarenta anos, bem vestidos e de ar próspero,
jantavam calmamente. Restaurante cheio. Barulho ensurdecedor. O empregado grego
trouxe as moules marinières. Um dos homens falou baixo. “Jacques, já
pagaste ao Hassan?”. “A equipa marroquina está paga e o Melzek já tem o
dinheiro transferido para as ilhas Caimão”, retorquiu Jacques. “Perfeito.
Falei ontem com o “brasileiro”, o Valdemar, e a entrega do explosivo está
prevista para o mês que vem”, disse Michel, que parecia ser o líder do
grupo.
Louis que até aí permanecera calado, parou de devorar as moules e
perguntou: “Não deveríamos esperar um pouco mais?”. Jacques fitou Louis
bem de frente e disse-lhe com voz autoritária: “Sabes bem que já está tudo
planeado. Os explosivos chegam a Marselha via marítima. O nosso operacional vai
buscá-los. Entra em Espanha pela fronteira de Portbou, na Catalunha. O atentado
será exactamente um mês depois do atentado de Lagos. Desta vez não queremos
muitos mortos. Queremos a destruição de um símbolo cristão. A Capela Real em
Granada vai rebentar. A “Jihad Islâmica” vai mostrar a sua força naquele que
foi o último reduto do Islão na Península. Já discutimos isto ao detalhe. Não
compreendo a tua hesitação, Louis”. Louis encolheu os ombros e desabafou: “Acho
que devíamos esperar mais tempo. Tenho receio que seja muito em cima do
atentado de Lagos e que ainda haja muita polícia no terreno”. “Louis, já
discutimos isso até à exaustão. Temos de provocar uma onda de terror imediato.
Um pânico permanente. A seguir vamos atacar em Santiago de Compostela. A partir
daí, a cruzada pode ser pregada com sucesso”, retorquiu Michel sem margem
para réplica.
(Continua)
4 comments:
Quanta imagem...
Nunca percebi o fascínio das pessoas pelas "moules". Prefiro de longe as ostras e as ameijoas.
De qualquer modo, há agora um restaurante em Cascais( Moules)especializado nas ditas. Queres ir lá almoçar (ou jantar) um dia destes?
Claro. Jantar para irem as meninas. Telefona.
a narrativa continua misteriosa e com suspense, as imagens enriquecem a história. ( um aparte: não gosto nem de "moules", nem de ostras...)
beijo
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