Entalados e amarrotados, bandos de turistas percorrem ruelas em subidas e descidas na busca do pitoresco instantâneo, da fotografia que redima as férias, da imagem que demonstre a vida para além da fronteira. Viagens enlatadas em low-cost. Comida fast-food em qualquer local da outra margem. Tawnys avermelhados com sabor a açúcar mascavado e azia garantida. Chanatas, bonés e calções. Invadem Portugal. Deixam umas coroas e seguem destino. Estamos à beira do colapso turístico. Um momento de viragem em que qualquer estrangeiro vale mais que um cidadão.
15.7.15
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
4 comments:
Uma síntese perfeita em tempo de Verão !
Em Setembro, o panorama melhora. Mas a partir de Novembro é o tempo que piora.
Depois, é esperar por um Abril que não seja de águas mil...
( Já agora, um pequeníssimo esclarecimento : O elevador é o de Guindais...).
Corrigido :))
Transcrevo o que o Mauro M , com muita clareza e lucidez, comentou no fb; é exatamente o que eu penso.
"A considerar por outro lado que vida de turista também não é fácil , se ele tiver algum poder de discernimento ( está bem, poucos tem ) . Tentamos aqui estar um ponto acima, nada de nos enlatar ou amarrotar, nada de fast-food ( se bem que seus sands são deliciosos, não chamaria de fast-food ) . Nada de Tawnys turísticos nem chanatas ou calções. Buscamos uma certa elegância e discrição..."
A maioria não tem esse discernimento, nem essa possibilidade. Causa algum incómodo e descaracterização quando as enchentes de turistas ultrapassam certos limites. Certo que trazem receitas essenciais, mas há a "pegada turística" que fica com quem cá fica.
Post a Comment