A expedição começou numa fugaz passagem por Borba, "vila engarrafada". Por lá passam milhares de hectolitros de vinho vindos de Espanha, Itália ou mesmo França e que, de imediato, ficam apátridas para, no momento seguinte, ganharem a nacionalidade lusa.
É ali que se dá um dos maiores milagres comunitários: qualquer vinho que venha cá parar, venha donde vier, sendo aqui engarrafado, enrolhado e rotulado, fica logo contaminado e passa a "made in Portugal". Não é o milagre da transubstanciação, mas é, sem dúvida, da rotulação.
Excerto da crónica "Fuga para o Alentejo", integrado em "Turista Ocidental", a editar a 19/5.
4 comments:
Eu cá prefiro Monsaraz
Esta questão não é nova. Já JC ajuntava água ao melaço vínico vindo da Grécia. Milagre, milagre - diziam.Borba, terra de fé. Venha donde vier, é alentejano e não palhete, nem clarete. Borba, Borbô, Borbeaux, Bordeaux.Transfiguração também linguística, pois então.
ora esta!! mistura d'alhos com bugalhos.
Obrigado por me ter visitado. Às vezes os alhos levam-nos aos bugalhos!
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