29.5.07

FÉRIAS GRANDES - CALDEIRÃO

Sem pré-aviso o vento mudou e o Caldeirão virou forno. Apeteceu-me desesperadamente a Sibéria. As férias são uma constante contradição. Se está vento, é porque está vento... Se está humidade, é porque está humidade... Se está calor, é porque está calor. Tudo isto sempre cheio de melgas, moscas e imensas cigarras zunindo o dia inteiro... Uma estucha!
O Paulo tenta ingloriamente meter o barco na água. As baterias recusam-se a arrancar. Os mecânicos estão permanentemente a almoçar. As marés, sempre a mudar... Sinistro!
À noite é obrigatório, pelo menos uma vez, passar pela "Casa das Artes", ali em Tavira, na margem esquerda do Gilão. Bebe-se um copo suado enquanto se admira um quadro em alemão à beira do carcínoma. No largo do jardim há uma feira do livro onde a malta insiste em comprar coisas que não precisa para nada, mas sempre é pretexto para vestir uma T-Shirt lavada e mostrar o bronzeado intelectual de esquerda.
(jp)

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