As autoestradas são tenebrosas. Viajamos entalados no banco. Sem poder parar. Sempre na brasa. "Olha ali"... Já passou. Perigo constante de acidente. Excesso de velocidade. Multas. Ultrapassagens no limite. Imbecis ao volante. Muitos nervos!
Onde estão aqueles locais míticos de outrora, Venda da Gaita ou Venda da Rapariga...? Desaparecem os sítios. Perdem-se os lugares.
Deixámos de poder perguntar a direcção aos indígenas. Até a Via Verde nos impede aquele, ainda que fugaz, contacto com os portageiros. Tudo muito impessoal. Acabou-se o romantismo!
Dizer que o país ficou mais pequeno com as autoestradas é um disparate geográfico e um erro político. O país já é pequeno. Não vale apoucá-lo ainda mais. Foi para isto que gerações de marinheiros alargaram horizontes tentando criar um império?
Tenho pavor daquelas placas que dizem "Próxima Área de Serviço a 40 km". Sinistro! E se me dá qualquer necessidade entretanto?
As áreas e serviço são locais paradisíacos. Verdadeiros oásis. Aliviam-nos a aflição. Matam-nos a fome. Compramos jornais, revistas, cigarros, álcool... Abastecemos de CO2... Finalmente gente. Muita gente. Putos aos gritos. Excursões da 5ª idade. Carecas. Barrigudos. Miúdas. Pronúncias do norte e do sul...
Sem as áreas de serviço estaríamos perdidos. Abandonados. Recomendo paragem em todas. Nunca se sabe o que nos pode acontecer nos próximos 40km!
jp
2 comments:
maravilhosa é a distância entre a saída da ponte Vasco da Gama e Setúbal não haver uma única estação de serviço... digo-vos que já se tornou um suplício por algumas vezes.
bons eram os tempos em que as viagens tinham as tão apetitosas paragens para pudermos comer nem que fosse uma bifanazinha...
Enão havia limites de velocidade
nem testes de alcoolémia...
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