27.9.07

AS MOSCAS

Abriu oficialmente a caça às moscas. No Outono as juvenis moscas estão no seu máximo fulgor. Este ano as condições de desenvolvimento foram ideais. Calor moderado. Pouca chuva.
Os exemplares já monitorizados apresentam-se em excelente condição física. Robustas. Bem alimentadas. Com grande autonomia de voo. Boa resistência ao choque. Óptimos índices de peganhosidade nas patas. 89% passaram no teste de "persistência continuada", que consiste em afugentar a mosca e medir o tempo de retorno ao ponto inicial. O intervalo óptimo é de três segundos. Enfim, temos uma excelente época de caça à mosca em perspectiva.
Por isso, em vez de andares nos blogues a dizer disparates, reune um grupo de amigos e promove uma batida à mosca na tua própria casa. A caça doméstica é o que está a dar. E não havendo baratas ou ratos disponíveis, vamos às moscas. Longe vão os tempos da caçada ao javali, à lebre ou à perdiz. Isso agora é pirosissímo. Finíssimo são as batidas à mosca. Na Linha estão a fazer sucesso as batidas nas Quintas da Marinha ou do Patino. A coisa já chegou mesmo à Beloura.
É, sem dúvida, um desporto radical. Mas eu ensino alguns truques que vos ajudarão a fazer um vistaço. São proibidas armas. Nada de mata-moscas ou insecticidas. É tudo à mão. Molha previamente um pano e conserva-o junto a ti. Vai humedecendo a mão antes de avançar para a mosca (este é o grande truque). Mão em concha, virada para a cabeça do bicho, a uns 15 ou 20 centímetros de distância e sobreelevada uns 2 cm. Nunca se deve tentar apanhar a mosca por trás. Lança o braço com rapidez e decisão num golpe seco e preciso. A mosca levanta voo de frente, elevando-se ligeiramente (os tais 2 cm). Vai esbarrar direitinha com a tua mão húmida e perde a mobilidade porque as asas ficam molhadas. Aprisionada a mosca, podes agora esborrachá-la na mão; atirá-la para o chão num golpe violento ou qualquer outro método imaginativo e divertido. No final recomenda-se lavagem de mãos. Boa caçada!... Ah, não experimentes com varejeiras que isso é só para profissionais.
jp

5 comments:

Anonymous said...

estou pasmada "estupeficada", vivo no campo vou treinar muito, vou deixar de poder ler o blogue e de comentar parvoices, boa.

maria antunes said...

Estou sem palavras. Vou criar um grupo anti-matadores de moscas. Esse acto macabro de matar moscas é completamente irracional. Não faço mal a uma mosca... tadinhas, pobres e inocentes.

Tirando este pequeno momento de loucura. As moscas são chatas como o caraças!

ortega said...

Quando era adolescente e chegava a casa às tantas da noite, tinha que garantir que não havia nenhuma mosca viva de manhã de forma a poder dormir pelo dia fora.Assim, inventei um jogo que consistia em matá-las com uma raquete de ping-pong. Tinha que ser em voo para não deixar vestígios sanguinolentos e os cadáveres eram amontoados meticulosamente e contados. O meu recorde foram 72.

Jorge Pinheiro said...

Pronto, cá está uma forma imaginativa e divertida... mas é com armas...
O meu record, à mão, está em 185 numa tarde sonolenta de Bragança, em Setembro, já lá vão 40 anos. Os corpos eram todas as tardes depositados num copo para contagem e fiscalização das minhas primas. Aquilo é que era curtir!

maria antunes said...

ahahah
E moscardos?