Embora as fotografias 6 e 7 do post Montalvo - Paleoduna façam lembrar corais no fundo do oceano, a verdade é que se trata de um líquene.
Satisfazendo a curiosidade de muitos leitores, posso aqui assegurar, em primeira mão, tratar-se da Cladina mediterranea (P. A. Duvign & Abbayes) Follmann & Hern.
Já agora fiquem sabendo que nestes ecosistemas de dunas litorais a água é determinante para a distribuição das várias comunidades vegetais.
Temos o salgueiro (Salix), uma planta "gastadora" que vai procurar água ao lençol freático e a camarinha (Corema album), uma espécie "poupada" com grande controle na transpiração. Ambas são plantas homeohídricas, tendo a capacidade de regular o seu conteúdo líquido, mantendo-o constante independentemente da humidade do ar.
Depois temos o líquene Cladina, que pode atingir proporções consideráveis e que usa a água dos nevoeiros e da chuva, secando até à próxima oportunidade. É um organismo poiquilohídrico, que não tem a capacidade de controlar o seu conteúdo líquido. Este varia em função da humidade ambiente. Seca quando o ambiente seca, ficando inactivo até à rehidratação.
Este esclarecimento foi-me prestado pela Cecília, perita de nível mundial em líquenes, que faz o favor de ser minha amiga e a quem muito agradeço.
jp
1 comment:
E agradeço eu também que não tinha a mínima noção. Obrigada.
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