
"Cozam-se as sementes de cânhamo até que a casca caia por si, de natural. Pisem-se no almofariz estas sementes descascadas com a mesma quantidade de amêndoas acabadas de pelar. Passe-se a mistura pelo coador e depois de juntar mel, sal e pimenta, leve-se a cozer. Disponha-se uma camada de fatias de pão no fundo de um tacho. Coloque-se sobre ela uma parte da mistura de cânhamo cozido. Volte-se a dispor uma camada de fatias de pão sobre a mistura anterior e novamente mais cânhamo. Continue-se este procedimento até atingir dez camadas de cada e, nessa altura, salpique-se com ervas aromáticas, colocando sobre ele, durante várias noites, um objecto bastante pesado, de modo a obter uma massa mais ou menos compacta, segundo o gosto de cada um. Comprimi-lo para vossa satisfação." Onde é que eu já vi isto...
Na foto um dispositivo inventado por Da Vinci para testar a resistência do spaghetti à tracção. A verdade é que foi Leonardo que inventou o spaghetti. Marco Polo tinha trazido da China algo semelhante (massa de arroz chinesa), mas não dissera que era para comer. As pessoas julgaram que era mera decoração. A massa existia em Itália, sobretudo no sul, desde tempos imemoriais. Mas era muito densa e larga, tipo lasagna. Leonardo inventou uma máquina que transformou essa massa em tiras estreitas e longas como fios, que, depois de cortadas e mergulhads em água a ferver, se transformavam em spago mangiabile, (fio comestível), como lhe chamava Da Vinci.
É claro que para permitir enrolar o esparguete. Leonardo teve de inventar o garfo de três dentes. Até aí os garfos só tinham dois dentes. Mesmo assim, o espargute não conquistou a população. Foi preciso a chegada do tomate nos fins do séc. XVI, vindo da América, para o espargute se popularizar.
jp
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