15.2.08

NÃO É FÁCIL ESTAR VIVO

Não é fácil ser organismo. Não é fácil estar vivo. Para os humanos ainda é pior. Pertencemos àqueles seres malucos que há 400 milhões de anos tomou a decisão precipitada de sair dos mares. Uns aventureiros! Decidimos ser terrestres e respirar oxigénio. Como resultado desta decisão, 99,5% do espaço habitável, em volume, está fora do nosso alcance! Não conseguimos respirar dentro de água e não conseguimos aguentar a pressão. A água é 1300 vezes mais pesada do que o ar. A pressão aumenta um atmosfera por cada 10 metros de profundidade. A 150 metros as nossas veias rebentam e os pulmões comprimem-se até ao tamanho de uma lata de Coca-Cola.
Bom, se esquecermos o mar, fica-nos uma pequena porção de superfície seca onde podemos viver com algum conforto. A maior parte é ou muito quente, ou muito fria, ou muito seca, ou muito íngreme, ou alta demais. Somos maus em adaptação e temos uma enorme propensão para acidentes vasculares cerebrais, o que nos torna altamente vulneráveis a alterações climáticas ou ambientais. A pé e sem água num deserto entramos em delírio ao fim de 7 ou 8 horas. Com frio ainda é pior. A falta de pêlos faz com que aquela metade das calorias que produzimos pemanentemente para nos mantermos quentes se perca em poucas horas. A partir dos 4500 metros de altitude a vida torna-se um suplício permanente. Enfim, apenas 12% do total da área terrestre é propícia à nossa existência. O resto do planeta é sempre mais ou menos radical.
Mesmo assim temos imensa sorte! Conseguimos encontrar um planeta que dá para viver. Até agora não conhecemos mais nenhum, nem no sistema solar, nem entre os 70 que já foram descobertos fora do sistema solar.
Em próximo post falarei dos quatro factores essenciais que determinam a existência de vida na Terra. Até lá pensem nisto e divirtam-se... mas não saiam do "jardim infantil"!
jp

2 comments:

mjf said...

Olá!
Quando afirmas : "Mesmo assim temos imensa sorte! Conseguimos encontrar um planeta que dá para viver"...
A´té quando???
Em que condições???

Beijos
Bom fim de semana

Jorge Pinheiro said...

Se quisermos, durante pelo menos mais 2 biliões de anos, salvo se nos cair um torpedo intergaláctico ou o Yellowstone resolver rebentar.
Se não tivernmos juízo e começarmos a exagerar na fissão nuclear, não antevejo nada de bom... As condições, reconheço, não estão grande coisa. Mas já estiveram bem pior!