29.3.08

MARVÃO

O Marvão é um ninho de águias alcantilado numa escarpa de 860 metros, na vizinhança do antigo caminho romano Cáceres-Santarém. Os Lusitanos teriam aqui um castro denominado Medóbriga. Foi fortaleza árabe e deve o seu nome a Ibn Marwan al-Yil'liqui, líder de um movimento sufista que, com capital em Badajoz, pegou em armas contra os emires de Córdova até 931. Marvão era o refúgio deste homem que viria a ser morto pelo regime.
Foi conquistado por Afonso Henriques, com foral de Sancho II (1226). Tomada pelos espanhóis, foi reconquistada várias vezes. Pertenceu, depois, à Casa de Avis. Não foi poupada nas lutas entre miguelistas e liberais, tendo tomado o partido destes últimos. Foi importante ponto fortificado durante as invasões francesas. Terminadas as guerras, Marvão foi perdendo importância estratégica e decaiu muito. Hoje é uma "vila museu", embora permaneça como sede de concelho.
Casas apinhadas em ruas estreitas e tortuosas. Janelas típicas e originais chaminés alentejanas. Arcos góticos. Recantos pitorescos. A Câmara Municipal com o escudo e a esfera armilar de D. Manuel. O portal renascentista da Igreja do Espírito Santo. A capela de Nossa Senhora da Conceição, com retábulo de mármore branco e negro. Um castelo roqueiro em razoável estado de conservação e bela torre de menagem dionisíaca. As guaritas cobertas de cúpulas e a cidadela virada a sul sobre panos de muralha talhados na escarpa. Eis Marvão!
jp

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