No retorno ao campo vamos ter de nos habituar às nojentas moscas verdes, às aranhas peçonhentas e às vespas bravas. Ao grunhir contínuo dos porcos. Aos galos irritantemente madrugadores. Aos tractores que não cessam de passar. Aos motores de água em rega permanente. À caca das vacas que se nos cola às botas. Ao cheiro acre a mijo das cabras. Vamos ter de aprender a cavar, sachar, podar, ceifar, mondar... Há um mundo infernal de utensílios que o computador nos impede de usufruir e mesmo de entender. Esse mundo espera agora por nós revigorado pela crise alimentar. Graças a ela (sim, por que tudo tem uma razão), os campos não mais andarão ao abandono e a Política Agrícola Comum (PAC) terá, finalmente, um fim. Encarem a crise com o optimismo de colonos em busca de novas terras. Semeiem e colherão!
jp
ET: estou particularmente satisfeito com a descoberta da palavra "colherão"!
3 comments:
A palavra "colherão" é de antigo uso verbal significando hão-de colher. Foi profusamente usada em anedota de gosto duvidoso sobre um tal frade glutão de alcunha Colherão (Colher grande). Enfim, caro amigo, aqui fica uma pequena e modesta contribuição a quem tanto entusiasmo demonstra pela descoberta (tardia, convenhamos...) do vocábulo que, reconheço, pode ter conotações bem mais substantivas...
Obrigado pelo LINK do Quem Conta Um Conto....
Forte abraço,
Alkantara: obrigado pela contribuição. Estava de facto a fugir para outras conotações, mas esta parece-me perfeita.
Eduardo: a ideia dos contos é muito interessante. Tinha que ter link.
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