2.5.08

CRISE ALIMENTAR - AS ALFAIAS

No retorno ao campo vamos ter de nos habituar às nojentas moscas verdes, às aranhas peçonhentas e às vespas bravas. Ao grunhir contínuo dos porcos. Aos galos irritantemente madrugadores. Aos tractores que não cessam de passar. Aos motores de água em rega permanente. À caca das vacas que se nos cola às botas. Ao cheiro acre a mijo das cabras. Vamos ter de aprender a cavar, sachar, podar, ceifar, mondar... Há um mundo infernal de utensílios que o computador nos impede de usufruir e mesmo de entender. Esse mundo espera agora por nós revigorado pela crise alimentar. Graças a ela (sim, por que tudo tem uma razão), os campos não mais andarão ao abandono e a Política Agrícola Comum (PAC) terá, finalmente, um fim. Encarem a crise com o optimismo de colonos em busca de novas terras. Semeiem e colherão!
jp
ET: estou particularmente satisfeito com a descoberta da palavra "colherão"!

3 comments:

Al Kantara said...

A palavra "colherão" é de antigo uso verbal significando hão-de colher. Foi profusamente usada em anedota de gosto duvidoso sobre um tal frade glutão de alcunha Colherão (Colher grande). Enfim, caro amigo, aqui fica uma pequena e modesta contribuição a quem tanto entusiasmo demonstra pela descoberta (tardia, convenhamos...) do vocábulo que, reconheço, pode ter conotações bem mais substantivas...

Anonymous said...

Obrigado pelo LINK do Quem Conta Um Conto....

Forte abraço,

Jorge Pinheiro said...

Alkantara: obrigado pela contribuição. Estava de facto a fugir para outras conotações, mas esta parece-me perfeita.
Eduardo: a ideia dos contos é muito interessante. Tinha que ter link.