15.5.08

OEIRAS I

Situada na foz do Tejo e com o farol do Bugio no horizonte, a vila de Oeiras tem hoje mais de 200 000 almas. O PIB per capita está quase a ultrapassar o de Lisboa e é o 2º concelho em rotundas por habitante, logo a seguir à imbatível cidade de Viseu.
Mas,nem sempre foi assim. Tempos houve em que cobras e lagartos abundavam no meio de penedos desérticos, habitados por esparsos homo sapiens, muito agregados em tímidos castros agro-pastoris, como é o caso do Castro Eneolítico de Leceia (do Calcolítico Inicial) ou na gruta da Ponte da Laje, ocupada do Paleolítico à Idade do Ferro, revelando grande poupança de meios e de esforços.
Hoje não é assim. Oeiras satisfaz já o padrões médios europeus de engarrafamento automóvel, símbolo de desenvolvimento e de sucesso empresarial, tendo, desde há pouco mais de uma década, deixado de ser um mero dormitório de Lisboa. Hoje Oeiras desloca orgulhosamente para o seu mais íntimo amago cerca de 40 000 carros dia! Predominam as actividades terceárias ligadas à ciência e tecnologia, concentrando 30% da capacidade científica do país. Oeiras é, sem rebuço, o "Silicon Valley" da Europa!
Mas, mais uma vez, nem sempre foi assim. No período romano um qualquer dominus não identificado, fez aqui um domus de regadio com casae para os escravos, na encosta a oeste a descair para a ribeira da Laje, na actual Rua das Alcássimas, prova de que os mouros por cá estiveram e aproveitaram os alicerces do tio romano.
Aliás, é nesta rua que Oeiras parece assentar a sua génese. Aqui se situa o embrião da velha urbe. A sua coluna vertebral segue, depois, pela Rua Cândido dos Reis (antiga Rua Direita) e pela Rua Marquês do Pombal (antiga Rua do Lopes). Estas duas ruas estão em íntima relação com o Largo 5 de Outubro (Largo da Igreja). Foi neste espaço que se organizou o antigo lugar de Oeiras, na sua pequenez saloia, antes do terramoto de 1755 que o devastou quase completamente.
jp

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