O Manecas era o melhor viola solo da Lusitânia. Dormia com a viola. Sonhava com a viola. Violava a viola… Um caso "freudiano"!
Começou na Fender Stratocaster e fixou-se na Ibañez, por razões que só ele poderá explicar (talvez as curvas).
Era uma "âncora". Quando já estávamos totalmente perdidos em pleno concerto, o Manecas mantinha-se implacavelmente a contar os compassos, mexendo o lábio inferior em discretos movimentos matemáticos dignos de maestro.
Atacava as notas com extâse cósmico aproveitando o "feed-back" até ao limite, controlando a distorção sem deixar cair a nota. Os solos eram um continuum plasmático, uma cascata reverberante que deixava a assistência à beira do abismo e os violas-solo dos outros grupos de boca aberta.
Mas, o Manecas não foi fundador do "Ephedra". Aliás, eu também não. A primeira sessão em que participei foi totalmente experimental e veio a chamar-se "Terror em Casa do Paulo". Lá em cima, na sala de estar dos pais. Luzes apagadas. Luar imenso que inundava a sala. Flauta; viola nos harmónicos; violoncelo nos graves. A "Torre do Relógio" ali em frente. O pio assombrado das corujas. O Tejo flamejante a excitar-nos as almas. Toquei copos, garrafas, tubos metálicos vibrados em alguidares de água e tudo o mais que consegui encontrar na despensa… Nunca mais se conseguiram ver livres de mim!
Pela banda passaram ao longo dos tempos mais de vinte músicos nas suas várias formações. Mas a ideia inicial foi do Xico Zé, do Luís e do Paulo.
Começou na Fender Stratocaster e fixou-se na Ibañez, por razões que só ele poderá explicar (talvez as curvas).
Era uma "âncora". Quando já estávamos totalmente perdidos em pleno concerto, o Manecas mantinha-se implacavelmente a contar os compassos, mexendo o lábio inferior em discretos movimentos matemáticos dignos de maestro.
Atacava as notas com extâse cósmico aproveitando o "feed-back" até ao limite, controlando a distorção sem deixar cair a nota. Os solos eram um continuum plasmático, uma cascata reverberante que deixava a assistência à beira do abismo e os violas-solo dos outros grupos de boca aberta.
Mas, o Manecas não foi fundador do "Ephedra". Aliás, eu também não. A primeira sessão em que participei foi totalmente experimental e veio a chamar-se "Terror em Casa do Paulo". Lá em cima, na sala de estar dos pais. Luzes apagadas. Luar imenso que inundava a sala. Flauta; viola nos harmónicos; violoncelo nos graves. A "Torre do Relógio" ali em frente. O pio assombrado das corujas. O Tejo flamejante a excitar-nos as almas. Toquei copos, garrafas, tubos metálicos vibrados em alguidares de água e tudo o mais que consegui encontrar na despensa… Nunca mais se conseguiram ver livres de mim!
Pela banda passaram ao longo dos tempos mais de vinte músicos nas suas várias formações. Mas a ideia inicial foi do Xico Zé, do Luís e do Paulo.
Fotografia de José Maria Tavares Rosa.
jp
9 comments:
So proud.
Porra , mas que mania de chamar viola a uma guitarra !...
A Fender e a Ibañez não produzem violas. Fabricam G-u-i-t-a-r-r-a-s !!! Mas deixa lá que não és só tu. Até as luminárias do Conservatório Nacional inventaram o Curso de Viola Dedilhada...
É a mesma coisa que dizer que Jimi Hendrix tocava viola. Ou Frank Zappa. Ou Jimmy Page.
Que esquisitos que vocês são. Não permitem liberdades artísticas...!
Acho graça ver estas fotos do teu baú, com quase 40 anos. O Manecas em pleno esplendor artístico, super concentrado de guitarra na mão e farta cabeleira linda. Já nem me lembrava dele assim... beijinhos
O quê, o tal Manecas já não tá assim? Ora bolas...
Mas está quase. Mais maduro, mas a solar na VIOLA como o caraças.
Pois é Moradora, tenho muita coisa no baú. Até parece que adivinhava que ia fazer um blogue!
Post a Comment