Em 1970, o Liceu de Oeiras fervilhava de contestação intelectual. Eu já lá não estava. Sou da colheita de 51. A minha "guerra" já era na Faculdade de Direito de Lisboa desde a "crise de 68/69" e do célebre comboio de apoio à Associação de Estudantes de Coimbra acompanhado pela delicada polícia de choque e seus famosos cães amestrados.
No Liceu um grupo de jovens loucos criou um teatro modernista. Os actores masculinos entretinham-se a deixar crescer o cabelo, enquanto gritavam frases "avant-garde". As actrizes ondulavam amarradas aos espaldares berrando palavras "stanislavisquianas" e vestindo-se o menos sexy possível.
O reitor, conhecido por "dez para as duas", verdadeiro fiscal de costumes, acabou por ter de aprovar a coisa dada a dimensão do problema. Foi um êxito. Um verdadeiro "happening".
Pouco depois, na Sociedade de Belas Artes, tentou-se organizar o "Lisboa 70", movimento multicultural comissariado pelo Stau Monteiro, onde o "happening" do Liceu de Oeiras seria o teatro "freak" do evento. A P.I.D.E. não deixou! Não houve música; não houve pintura; não houve teatro… não houve nada. Pela primeira vez, ficámos ao lado da história. Muitas outras se seguiriam!
Ficou a dimensão teatral e dramática que nunca mais cessaria de acompanhar o “Ephedra”. Eram cenários rebuscados. Projecções de diaporamas. A dimensão estética da performance. Músicos que tocavam de costas para o público. A total ausência de contacto com os espectadores. Nem boa noite à entrada, nem "Olá Alhos Vedros". Muito menos obrigado à saída.
No Liceu um grupo de jovens loucos criou um teatro modernista. Os actores masculinos entretinham-se a deixar crescer o cabelo, enquanto gritavam frases "avant-garde". As actrizes ondulavam amarradas aos espaldares berrando palavras "stanislavisquianas" e vestindo-se o menos sexy possível.
O reitor, conhecido por "dez para as duas", verdadeiro fiscal de costumes, acabou por ter de aprovar a coisa dada a dimensão do problema. Foi um êxito. Um verdadeiro "happening".
Pouco depois, na Sociedade de Belas Artes, tentou-se organizar o "Lisboa 70", movimento multicultural comissariado pelo Stau Monteiro, onde o "happening" do Liceu de Oeiras seria o teatro "freak" do evento. A P.I.D.E. não deixou! Não houve música; não houve pintura; não houve teatro… não houve nada. Pela primeira vez, ficámos ao lado da história. Muitas outras se seguiriam!
Ficou a dimensão teatral e dramática que nunca mais cessaria de acompanhar o “Ephedra”. Eram cenários rebuscados. Projecções de diaporamas. A dimensão estética da performance. Músicos que tocavam de costas para o público. A total ausência de contacto com os espectadores. Nem boa noite à entrada, nem "Olá Alhos Vedros". Muito menos obrigado à saída.
jp
6 comments:
Oeiras em grandes atividades artísticas e intelectuais!
Abçs
PS- O seu TURISTA é uma delícia. Estou nos finalmentes!
E vocês não tinham lá um Clube de Rádio? Por volta de 76/77 criámos um no Liceu de Abrantes. Aqueles intervalos eram uma festa! Até que o reitor um dia teve uma fúria e acabou com aquilo porque nós nunca ouvíamos o toque de entrada...havias de ver os professores e contínuos a chamar os miúdos no meio do pátio, qual pastor e seu cão a recolher as ovelhas...um horror, portanto!
Gostei da imagem, ri-me com o texto. :)
Eduardo: é sempre a andar! Ainda bem que está a gostar do TURISTA.
Rose: tenho ideia que houve uma altura com rádio. Mas não era gente deste "campeonato". Isto era muito avançado!
Pimpopins: as imagens que tenho desse período são de facto muito divertidas.
Oh Sr. Expresso, PIMPOPINS sou eu. Eu a Maria. :)
D. Maria: eu sei. Aionda me lembro dos pins!
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