Agora os muito ricos não vão mais à praia. Refugiam-se em matas inexpugnáveis, protegidos dos papparazzi e da fastidiosa classe média, com os seus tiques de cartão de crédito e barrigas proeminentes de cerveja. Os ricos já não trabalham para o bronze. Agora o que interessa é passar fome, ter bolhas nos pés e músculos doridos de martírio incessante. Esforçam-se, em grande privação, por baixas calorias, numas férias sacrificiais sentados em sofás de faquir e meditação zen de cifrão. Comem saladitas sem sal em campos de concentração preparados para o efeito, exigindo a flagelação até sentirem o âmago da tortura. Viagens de desintoxicação de luxo em acampamento militar. Os muito ricos querem conhecer tudo. Querem passar férias no inferno! Tanga iôga, seguido de caiaque oceânico, montanhismo selvagem e marchas forçadas. Privação de comida até a fome desaparecer. Tudo a preços incomportáveis que não comer também sai caro.
Em Moscovo a nova oligarquia tem férias em campos militares, treinada por ex-fuzileiros. Aos Domingos vestem trapos imundos e vão pedir esmola nas ruas mais miseráveis da cidade. Pagam, para isso, 1900 USD!!!
Surgiu um novo tipo de turismo: o “pobretismo”. Paga-se para ver depósitos de lixo na Cidade do México; para curtir os miseráveis bairros de lata em Bombaim; para apreciar as perigosas cidades satélites de Joanesburgo. No Rio de Janeiro a pousada “Maze”, alcandorada numa das favelas mais conhecidas, com vista para a baía de Guanabara, tem lista de espera para os seus vinte quartos de luxo. O turismo avança para terrenos desconhecidos e abissais. Ainda bem que não sou muito rico!
Em Moscovo a nova oligarquia tem férias em campos militares, treinada por ex-fuzileiros. Aos Domingos vestem trapos imundos e vão pedir esmola nas ruas mais miseráveis da cidade. Pagam, para isso, 1900 USD!!!
Surgiu um novo tipo de turismo: o “pobretismo”. Paga-se para ver depósitos de lixo na Cidade do México; para curtir os miseráveis bairros de lata em Bombaim; para apreciar as perigosas cidades satélites de Joanesburgo. No Rio de Janeiro a pousada “Maze”, alcandorada numa das favelas mais conhecidas, com vista para a baía de Guanabara, tem lista de espera para os seus vinte quartos de luxo. O turismo avança para terrenos desconhecidos e abissais. Ainda bem que não sou muito rico!
jp
8 comments:
Época dos extremos. $200 000,00 para fazer uma viagem interplanetária. Lista de espera longa! E gente pagando par conhecer a míséria! "Coisas"... dos tempos!
Tás a gozar!!!...
É o masorriquismo...
What gorgeous colours!
Que beleza...
Então o que vejo nos semáforos são turistas...
Estou mais aliviado.
(Genial o comentário do marcos).
Realmente...o exercício ainda percebo, mas o resto.
Mudanças de hábitos.
coisas contemporâneas do arco da velha.
bjs.
JU Gioli
Comentário fabuloso, Marcos. Mas cuidado: há uns que turistas falsos!
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