Tudo isto era enorme canseira. Compor e tocar. Fazer o próprio marketing. Discutir contratos. Colar cartazes. Carregar o equipamento. Ligar cabos. Checar o som. Guiar carrinhas. Ser cobrador de fraque. Pugilista do recibo… E sempre com a pedrada habitual. Era demais!
A necessidade de um “manager” impunha-se com premência. Foi dentro dos “groupies” menos flipados que a escolha recaiu. Seleccionámos o C. J. e sobrinho, rapazes sem qualquer experiência do assunto, ar tímido e completamente destituídos de iniciativa. Tudo qualidades!
Assim surgiu a célebre produtora “Organizações Salve-se Quem Puder”… Ou seja, ficámos rigorosamente na mesma, mas com “manager”, o que dá logo imensa classe. Continuámos a ter exactamente as mesmas chatices, mas agora podíamos imputar culpas a alguém.
Começámos a ter concertos em locais cada vez mais extraordinários. Nas Festas Populares de S. Pedro do Montijo, contratados pela respectiva Comissão de Festas, em Julho de 1973. Aquilo sim era gente avançada para a época ou, então, foram bem aldrabados. Tocámos na praça principal, Dentro do coreto qual Sgt. Pepper’s Lonnely Heart Club Band. Tocámos o repertório psicoactivo habitual sem quaisquer concessões. Lá em baixo desfilavam famílias montijenses devorando farturas e coiratos, olhando-nos com ar perplexo e tentando perceber que bichos eram aqueles, enquanto pediam satisfações à Comissão de Festas que esteve à beira do linchamento. Ganhámos nove contos e mais uma caldeirada de chocos, para variar.
O nosso manager abriu-nos horizontes inexplorados: o Portugal profundo entre o Mondego e o Douro. Partimos à conquista dos Lusitanos, esse povo irredutível que fez a vida negra aos romanos e atrasou o desenvolvimento da região quase duzentos anos. Atacámos Covilhã e Gouveia. Nada conseguimos… Aquilo é mesmo malta coriácea. Acabámos a tocar músicas dos “ Moody Blues” para fugir ao pelourinho. À noite dormimos no ginásio de um liceu qualquer, entre trampolins e pelintos, agasalhados a aguardente de zimbro. Nunca mais lá voltei. Os Lusitanos não gostam de estrangeiros e eu não gosto deles!
A necessidade de um “manager” impunha-se com premência. Foi dentro dos “groupies” menos flipados que a escolha recaiu. Seleccionámos o C. J. e sobrinho, rapazes sem qualquer experiência do assunto, ar tímido e completamente destituídos de iniciativa. Tudo qualidades!
Assim surgiu a célebre produtora “Organizações Salve-se Quem Puder”… Ou seja, ficámos rigorosamente na mesma, mas com “manager”, o que dá logo imensa classe. Continuámos a ter exactamente as mesmas chatices, mas agora podíamos imputar culpas a alguém.
Começámos a ter concertos em locais cada vez mais extraordinários. Nas Festas Populares de S. Pedro do Montijo, contratados pela respectiva Comissão de Festas, em Julho de 1973. Aquilo sim era gente avançada para a época ou, então, foram bem aldrabados. Tocámos na praça principal, Dentro do coreto qual Sgt. Pepper’s Lonnely Heart Club Band. Tocámos o repertório psicoactivo habitual sem quaisquer concessões. Lá em baixo desfilavam famílias montijenses devorando farturas e coiratos, olhando-nos com ar perplexo e tentando perceber que bichos eram aqueles, enquanto pediam satisfações à Comissão de Festas que esteve à beira do linchamento. Ganhámos nove contos e mais uma caldeirada de chocos, para variar.
O nosso manager abriu-nos horizontes inexplorados: o Portugal profundo entre o Mondego e o Douro. Partimos à conquista dos Lusitanos, esse povo irredutível que fez a vida negra aos romanos e atrasou o desenvolvimento da região quase duzentos anos. Atacámos Covilhã e Gouveia. Nada conseguimos… Aquilo é mesmo malta coriácea. Acabámos a tocar músicas dos “ Moody Blues” para fugir ao pelourinho. À noite dormimos no ginásio de um liceu qualquer, entre trampolins e pelintos, agasalhados a aguardente de zimbro. Nunca mais lá voltei. Os Lusitanos não gostam de estrangeiros e eu não gosto deles!
jp
12 comments:
Bairrismos típicos dos Açorianos que moram a 480 anos aqui em Ibiraquera! rsrsrs
Eu, que sou natural da Beira Alta, sei como podem ser casmurros, esses tais Lusitanos. Quando vivia na Lusitânia desesperava um pouco. Depois mudei-me para Sul e... continuo a desesperar um pouco. Sempre que regresso à munha Lusitânia natal, a terra de Viriato, sinto uma calma profunda e um desejo irreprimível de trincar um belo coirato bem barbeado.
:-)
Silvares: é evidente que há aqui algum exagero literário, no que toca aos lusitanos, até porque sendo eu galego, a diferença não é grande!
Galego é Lusitano também...
Lusitano do Norte :-)
"esse povo irredutível que fez a vida negra aos romanos e atrasou o desenvolvimento da região quase duzentos anos."
Nossa! Que povo difícil...
Essa carrinha era tua? Andei nela hehe
Esta era alugada. Depois tive uma Morris, a cair de podre. Deve ter sido nessa em que andaste.
Alice: difíceis e broncos. Não perceberam as vantagens de uma rápida romanização!
Silvares: tinham a mesma origem étnica.
Pois, mas lá na terra de Viriato, Folgosinho, tem o restaurante do Sr. Albertino...aconselho vivamente!
ok. Não esqueço a indicação. Aliás, no Viriato não se come nada mal... é tudo muito leve!
Post a Comment