7.9.08

GRITO DO IPIRANGA

A 7 de Setembro de 1822, andava o Infante D.Pedro por terras de S.Paulo atrás de uns revoltosos legalistas, quando foi acometido de uma súbita cólica. Uma cólica devastadora que o obrigou a afastar-se para aliviar nas margens do rio Ipiranga. É aí que recebe a mensagem do pai, D. João VI, exigindo o seu retorno a Portugal e ameaçando com o envio de tropas. Irritado, terá gritado: "Independência ou morte", o que no momento se aceita perfeitamente. De facto a história não revela se estava em plena função ou se já havia terminado a real cagada. Especula-se mesmo sobre a influência da diarreia no estado de espírito do princípe e até que ponto ela poderá ter influenciado uma declaração de rotura tão impetuosa. Teria o Infante tido o mesmo procedimento se estivesse a fazer um mero chichi? Não sabemos. O certo é que o grito ecoou por todo o Brasil e Ipiranga é sinónimo de liberdade, quando podia apenas ter ficado como uma mancha de poluição no trajecto real.
Quadro de Pedro Américo, "Independência ou Morte", pintado em 1888, em Florença. Manifestamente "o fotógrafo não estava lá".
jp

13 comments:

Alice Salles said...

Gente, e eu me "caguei" de rir com isso aqui!

Anonymous said...

Alice,

não bastava o príncipe?

Mas é verdadeira essa história. Uma pena que o RETRATISTA não foi mais fiel aos detalhes da cena! É sabido que a tropa que viajavam não eram de belos cavalos. Eram mulas, e burros, animais menos fotogênicos, mas que suportavam as caminhadas de meses!E os trajes do Príncipe e comitiva, também não eram aqueles tão europeus como gostaria o pintor da cena! O único a carater é o dono do carro de boi, que por razões de segurança nacional, não pode relatar o acontecido em detalhes!

José Louro said...

Delicioso este post. O barquinho lá embaixo eu conheço bem. Já o desenhei algumas vezes quando passa ali no Tejo.

Solidariedade? Ok.

Anonymous said...

Como dizem os políticos por aqui , o importante não é o fato, é a versão que é veiculada.
Aplica-se também a esses quadros históricos.
Ninguém levaria à sério D.Pedro, proclamando a Independência enquanto limpava a bunda ao lado de uma mula.

Al Kantara said...

Se estivesse a fazer xi-xi, o pedrito teria exigido uma mera autonomia...

Manuela Araújo said...

Sorte a do Infante... não havia Paparazzi´s...! :)

Marcos Santos said...

Muito bom.

O Post retrata bem as idas e vindas de trapalhadas atrás de trapalhadas que esses dois países já proporcionaram ao mundo. Aqui esses assuntos tem andado muito em voga, devido aos duzentos anos da chegada da corte ao Brasil. Se você acha essa história da diarréia de D. Pedro engraçada, é porque não ouviu sobre sutilezas de D. João IV

Jorge Pinheiro said...

Ainda bem que gostaram da minha História abandalhada. De facto é verídica, pelo menos na sua génese e todos sabemos como as diarreias enfranquecem...
José Louro: é um barquinho notável para quem desenha ou fotografa.
Eduardo: o homem do carro de bois foi "abafado"
Al: se calhar nem isso!
Manuela e Peri: pois é, o pintor era do regime!
Marcos Santos: ainda bem que gostou. Conheço bem a história de D. João VI, desde o embarque para o Brasil, até às peripécias no Rio. Por cá tb. está na moda.
Alice: gostei da espontaneidade. Era isso que eu queria.

Francisco Coelho said...

Bem agora podemos entender melhor essa cagada que virou o Brasil.


Abç

Anonymous said...

Agora entendo a expressão "independência ou morte". E a cagada que virou Portugal? Acho que o paizinho dele também sofria do mesmo.

Jorge Pinheiro said...

Pois, isto é tudo uma grande diarreia!

Anonymous said...

COMENTARIOS muito ESCATOLÓGICOS!

(:-)

Jorge Pinheiro said...

Eduardo: completamente.