SOLIDARNOSC- OS 18 DIAS DE LECH WALESA

A 14 de Agosto de 1980, os trabalhadores do estaleiro naval de Gdansk, no Norte da Polónia, iniciaram uma greve para protestar contra o despedimento da operária Anna Walentynowicz, uma militante de um grupo anticomunista. Seguiram-se 18 dias de luta sindical, liderado pelo então electricista Lech Walesa. A paralisação do sector naval terminou a 31 de Agosto com um acordo entre os grevistas e o regime comunista que deu aos trabalhadores o direito de criar a sua própria organização sindical Solidarnosc (Solidariedade). Com apenas três meses de existência, o primeiro sindicato livre e independente do Leste europeu já contava com 10 milhões de membros.
A lei marcial decretada pelo general Wojciech Jaruzelski, em Dezembro de 1981, constituiu uma tentativa de acabar com a organização. Contudo, as tentativas do regime comunista tiveram o efeito contrário. O Solidariedade tornou-se num forte movimento clandestino, que com a sua resistência ininterrupta, conseguiu levar os dirigentes comunistas a sentar-se à mesa com os sindicalistas para negociar.
No momento de assinar o acordo, e num um gesto carregado de simbolismo, Walesa tirou do bolso uma caneta com o retrato do Papa João Paulo II. O dirigente sindicalista quis mostrar que a Igreja também cumpriu um papel fundamental em 1981, quando o regime agonizante impôs a lei marcial no país, para tentar destruir o Solidariedade e sufocar todas as aspirações de liberdade da população. Graças à sintonia que existia entre o Papa João Paulo II e Lech Walesa, que viria a ser eleito presidente da República depois da queda do comunismo, o Solidariedade abriu caminho à democratização não só da Polónia, como de todo o Leste Europeu.

PARTICIPAÇÃO DE ROSEROUGE