Um dia, por maior que fosse a nossa imaginação, faltou o sítio para ensaiar. Acabaram-se as garagens. Os pais deixaram de contemporizar. Os vizinhos deixaram de compreender. Já ninguém nos aturava. O som nem sempre é música. A música é sempre ruído!
Na dificuldade da indefinição, como acontece na maioria das crises, acabamos ganhando o céu.
Os Sequeiras tinham uma quinta em pleno Santo Amaro praticamente desabitada. Apenas por lá andava um “retornado” mal encarado com a vaga missão de tomar conta da casa apalaçada. Só que o palácio tinha cave, dois andares e sótão. Talvez uns 2000 metros quadrados de construção. As ocupações selvagens post-abrilistas eram uma ameaça real… Nós, apenas ruído e agitação permanente!
Deram-nos acesso de borla só para afugentar o fantasma da ocupação e até nos pediram para fazer muito barulho. Melhor era impossível!!!
À volta estendia-se um vasto terreno, hoje urbanizado na aristocrática “Vila Beckman”. O palácio foi depois Tribunal e é agora sede de várias PME’s. Ah, se aquelas paredes cantassem quem lá trabalha hoje não teria um momento de descanso!
Ficámos na cave com entrada própria. Uma porta castanha desbotada por debaixo de um alpendre forrado em glícinias. Desciam-se três degraus de cimento tosco que davam para um salão enorme. Duzentos metros quadrados ou mais! Levámos o nosso painel labiríntico do “1ºActo” que preencheu uma das paredes laterais potenciando a profundidade do nosso sonho.
A sala tinha uma parte mais larga logo à entrada. Pedimos estrados emprestados ao “Coro de Stº Amaro de Oeiras” e montámos um pequeno auditório com 50 ou 60 lugares. Passámos a poder ensaiar e dar concertos no mesmo local. Os “groupies” passaram a pagar bilhete. O sonho de qualquer banda… O círculo fechou-se!
O jardim servia de creche ao filho do Rodrigo passeado com desvelo pela Helena que namorava o Paulo. A Helena deve ter sido a mulher que mais sofreu com o “Ephedra”. Não tocava, não cantava e tenho impressão que nem gostava muito da música. Ela gostava era do Paulo. Começou a namorar aos 16 anos e casou aos 20. Sempre entre ensaios; marcada por compassos de espera; atazanada por decibéis desvairados; entalada entre aparelhagem nas deslocações para concertos distantesNem depois de casar o “karma” mudou. Nós, é que mudámos o ensaio para casa dela!
Na dificuldade da indefinição, como acontece na maioria das crises, acabamos ganhando o céu.
Os Sequeiras tinham uma quinta em pleno Santo Amaro praticamente desabitada. Apenas por lá andava um “retornado” mal encarado com a vaga missão de tomar conta da casa apalaçada. Só que o palácio tinha cave, dois andares e sótão. Talvez uns 2000 metros quadrados de construção. As ocupações selvagens post-abrilistas eram uma ameaça real… Nós, apenas ruído e agitação permanente!
Deram-nos acesso de borla só para afugentar o fantasma da ocupação e até nos pediram para fazer muito barulho. Melhor era impossível!!!
À volta estendia-se um vasto terreno, hoje urbanizado na aristocrática “Vila Beckman”. O palácio foi depois Tribunal e é agora sede de várias PME’s. Ah, se aquelas paredes cantassem quem lá trabalha hoje não teria um momento de descanso!
Ficámos na cave com entrada própria. Uma porta castanha desbotada por debaixo de um alpendre forrado em glícinias. Desciam-se três degraus de cimento tosco que davam para um salão enorme. Duzentos metros quadrados ou mais! Levámos o nosso painel labiríntico do “1ºActo” que preencheu uma das paredes laterais potenciando a profundidade do nosso sonho.
A sala tinha uma parte mais larga logo à entrada. Pedimos estrados emprestados ao “Coro de Stº Amaro de Oeiras” e montámos um pequeno auditório com 50 ou 60 lugares. Passámos a poder ensaiar e dar concertos no mesmo local. Os “groupies” passaram a pagar bilhete. O sonho de qualquer banda… O círculo fechou-se!
O jardim servia de creche ao filho do Rodrigo passeado com desvelo pela Helena que namorava o Paulo. A Helena deve ter sido a mulher que mais sofreu com o “Ephedra”. Não tocava, não cantava e tenho impressão que nem gostava muito da música. Ela gostava era do Paulo. Começou a namorar aos 16 anos e casou aos 20. Sempre entre ensaios; marcada por compassos de espera; atazanada por decibéis desvairados; entalada entre aparelhagem nas deslocações para concertos distantesNem depois de casar o “karma” mudou. Nós, é que mudámos o ensaio para casa dela!
Fotografia da casa onde passámos a ensaiar.
jp
4 comments:
Quanta coisa acontecendo, e eu no meio dessa enchente e voltando das férias, sem tempo nem para responder os comentários lá do Varal.... Mas eu volto, um dia!!!!
Forte abraço
Pois é Eduardo, as férias são mesmo para interromper rotinas. O Varal está em piloto automático. Deve estar a sentir a sua falta. Chato foi esse dilúvio que caindo aí. Se precisar de bóia ou de abrigo, é só dizer. Abraço.
Olá!!!!
Vim matar a saudade daqui... Como estão as coisas!?? Desculpa o sumiço! Minha vida profissional, cultural e social está agitadíssima! Mas não esqueço pessoas especiais como vc!
Adoro seu blog, suas imagens e o clima daqui!
Beijos
Boa semana!
"a minha mãezinha, coitadinha da minha mãezinha!"
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