Com o aproximar de 28 de Novembro e do concerto de lançamento do CD dos "EPHEDRA", faz sentido intensificar os posts sobre a história desse mítico grupo musical, agora renascido das cinzas...
Mas a verdade é que o “25 de Abril” aconteceu mesmo. Era inevitável! Ganhámos a tão almejada liberdade que, por definição, tínhamos de ter. Hoje andamos todos muito soltos, carregados de défice, de óculos “Armani”, engarrafados em jipes equipados de origem com mulheres de idade incerta, mas sempre loiras, muito loiras... A revolução valeu a pena!
O dia 25 de Abril de 1974 foi estranho. Não me lembro de quase nada. Levantei-me pelo meio-dia e soube que tinha havido golpe de Estado, ao som de “Grândola Vila Morena”. Estava de ressaca e ainda fiquei com mais dor de cabeça, sem conseguir atingir a profundidade da coisa, perdido entre aspirinas de ocasião.
Os meus pais estavam em Bruxelas, numa reunião da NATO, e eu estava lá por casa a tomar conta dos bens de família, enquanto a minha mulher de então já devia andar a curtir com outro.
Fui ouvindo notícias surrealistas de difícil compreensão àquela hora tão matinal: povo na rua; cravos nas espingardas; calças boca-de-sino penduradas no Largo do Carmo; tanques em cada esquina; ministros presos; PIDE’s em fuga; o Império a decair... Até que enfim alguém se lembrava de mudar o regime, o que sempre me pareceu coisa óbvia e simples de fazer. Não sei para que foi todo aquele alarido!
Fumei um charro para descontrair e esperei pelo noticiário da noite. Apareceram então uns generais a preto e branco com ar absolutamente sinistro que entraram de imediato no imaginário colectivo dos putos substituindo o desgastado “papão”: “Se não comes a sopa toda, chamo a Junta de Salvação Nacional”!
Depois seguiram-se as habituais “abriladas”, “belenzadas” e “vilafrancadas”... Os governos sucediam-se a uma velocidade difícil de acompanhar e ainda por cima eram sempre provisórios! Desisti de tentar perceber.
Naquele ano de 1974 tinha acabado o curso de direito. Escapei ao MRPP e safei-me da tropa. Passei directamente à reserva territorial, de onde, aliás, nunca tinha saído…
Em vez de começar logo a trabalhar como jurista, tirei umas férias sabáticas. Continuei a ser músico e no melhor estilo de gestor-hippy, dediquei-me ao negócio dos comes e bebes e ao artesanato primitivo-futurista, enquanto a revolução corria alegremente.
O dia 25 de Abril de 1974 foi estranho. Não me lembro de quase nada. Levantei-me pelo meio-dia e soube que tinha havido golpe de Estado, ao som de “Grândola Vila Morena”. Estava de ressaca e ainda fiquei com mais dor de cabeça, sem conseguir atingir a profundidade da coisa, perdido entre aspirinas de ocasião.
Os meus pais estavam em Bruxelas, numa reunião da NATO, e eu estava lá por casa a tomar conta dos bens de família, enquanto a minha mulher de então já devia andar a curtir com outro.
Fui ouvindo notícias surrealistas de difícil compreensão àquela hora tão matinal: povo na rua; cravos nas espingardas; calças boca-de-sino penduradas no Largo do Carmo; tanques em cada esquina; ministros presos; PIDE’s em fuga; o Império a decair... Até que enfim alguém se lembrava de mudar o regime, o que sempre me pareceu coisa óbvia e simples de fazer. Não sei para que foi todo aquele alarido!
Fumei um charro para descontrair e esperei pelo noticiário da noite. Apareceram então uns generais a preto e branco com ar absolutamente sinistro que entraram de imediato no imaginário colectivo dos putos substituindo o desgastado “papão”: “Se não comes a sopa toda, chamo a Junta de Salvação Nacional”!
Depois seguiram-se as habituais “abriladas”, “belenzadas” e “vilafrancadas”... Os governos sucediam-se a uma velocidade difícil de acompanhar e ainda por cima eram sempre provisórios! Desisti de tentar perceber.
Naquele ano de 1974 tinha acabado o curso de direito. Escapei ao MRPP e safei-me da tropa. Passei directamente à reserva territorial, de onde, aliás, nunca tinha saído…
Em vez de começar logo a trabalhar como jurista, tirei umas férias sabáticas. Continuei a ser músico e no melhor estilo de gestor-hippy, dediquei-me ao negócio dos comes e bebes e ao artesanato primitivo-futurista, enquanto a revolução corria alegremente.
jp
7 comments:
Boa noite Expresso,
Mas no 25 de Abril de 1974 ainda não havia este mural do MES.
Que é bom é. E eu até dei uma mãozinha.
Um abraço
p.S. : e confirmo que o "25 de Abril" aconteceu mesmo.
Ainda existe, não é?
Excelente a proxima tertulia virtual!
Pois António, foi por teres dado a "mãozinha" que ficou excelente. Por isso não resisti.
José: por acaso acho que o mural já não existe. António, podes confirmar? A Tertúlia vai ser divertida... sempre quero ver!
Expresso,
Os meus agardecimentos.
Confirmo que já não existe.
Um abraço
P.S : mas "existe" em postais e nos blogues :))
Muito interessante.
Um abraço.
Vá lá, vá lá, safaste-te ao MRPP. Se não tens tido essa sorte ainda acabavas comissário europeu...
Exacto. Foi uma verdadeira sorte. Caso contrário andava agora a discutir o tamanho dos pepinos e do tomate!
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