“O Doiro sublimado. O prodígio de uma paisagem que deixou de o ser à força de se desmedir. Não é os ollhos que comtemplam: é um excesso da natureza. Socalcos que são passadas de homens titânicos a subir as encostas, volumes, cores e modulações que nenhum escultor, pintor ou músico podem traduzir; horizontes dilatados para além dos limiares plausíveis da visão. Um universo virginal, como se tivesse acabado de nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo atrás dos montes, ora pasmado lá no fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um poema geológico. A beleza absoluta”.
Miguel Torga in "Diário XII"
4 comments:
O próximo tema da tertúlia não é fácil, hein?
Tenho das minhas passagens pelo Douro recordações impossíveis como sonhos que não podem ser sonhados.
E por essas belezas e outras tantos se entregaram a uma ida sem volta...
Jsé: por acaso acho que tem tatas possibilidades. Mas reconheço a dificuldade em ser original.
Silvares: esta zona do Douro Internacional é de facto onírica.
Alice: se conhece tem de conhecer.
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