13.12.08

HÁ CEM ANOS ERA ASSIM





Desde a heroína da Bayer, ao vinho de coca e aos drops da Lloyd, há cem anos as drogas compravam-se legalmente e sem receita na "pharmacia" ou na drogaria. A que se deveu a sua ilegalização? Concluíu-se que faziam mal? Ou deu jeito a alguns cartéis a sua proibição? O caso dos derivados da cannabis é paradigmático. O lóbi proibicionista nos USA era fortemente patrocinado, senão dirigido, pelo magnata do petróleo Dupont. A descoberta dos tecidos de poliester (nylon) precisava de afastar os tecidos de canhâmo para se impor no mercado. Essa foi a verdadeira razão da proibição. Será preferível a venda livre e legal ou o proibicionismo hipócrita que cria mais um submundo criminoso sem conseguir estancar a "busca do Soma perdido"?

jp

13 comments:

Al Kantara said...

Ainda por cima a merda do nylon não se consegue fumar...

Anonymous said...

se acabassem com o tráfico haveria muito,político,banqueiro e magnata que ficaria a chuchar no dedo.sem dúvida o estado português não percebe nada de gestão,tudo o que lhe poderia render algum,e não é pouco,é entrgue aos privados

Anonymous said...

Ótimo o comentario do Al Kantara!!!
Muito bom post! Poderia estar no Blog Viciado se tivesse visto ontem e se lá pudesse aparecer o mresmo blog mais de uma vez ao ano! Ainda bem que o ano esta no fim!rsrsrs

ortega said...

O problema da legalização é que tem que ser concertada a nível mundial senão não é possível. Acho eu...

Alice Salles said...

Como você já sabe sou completamente a favor de toda a legalização para que não fique só nessa falsa moral que já não reina há tempos...

Silvares said...

Há outro tipo de questões de ordem social, penso eu. Se com o álcool já temos problemas nas estradas e de violência doméstica, imagine-se se o pessoal andasse todo aos pinotes com o nariz a pingar da snifadela anterior ou a dormitar sonhador após umas boas e belas baforadas num charro.
Pessoalmente sou a favor de liberdade absoluta no consumo de todo o tipo de substâncias mas compreendo que o cenário poderia ser ainda mais estranho caso todo o bicho-careta pudesse ter livre acesso ao que quer que fosse.
É complicado, mas a proibição tem dado resultados tão desastrosos que vai sendo tempo de experimentar outro tipo de abordagens ao problema.

Jorge Pinheiro said...

Concordo com o Ortega e tenho as dúvidas do Silvares.
Al, já experimentaste?

Anonymous said...

Esse assunto é uma DROGA!

Jorge Pinheiro said...

Sem dúvida Eduardo... e pesada!

roserouge said...

Se nunca tivesse sido proibido, as pessoas nem se lembravam que essas drogas existiam, não teriam conciências delas enquanto narcóticos. Experimentem proibir os Ben-u-ron prá dor de cabeça! Daqui a uns anos anda tudo a traficar comprimidos prá dor de cabeça e o pessoal todo agarrado aos analgésicos.

Pedro said...

A relação entre droga e dependência é relativamente recente. As "drogas" são formas de êxtase (sair de si) e sempre foram utilizadas em cultos teístas em todo o lado, desde os brâmicos aos gnósticos. Sobre isto, o Jünger tem uma belo livro. O uso de drogas no Ocidente é subvalorizado, com o consumo em massa, a dependência, etc. Por falar em Oráculos, o de Delfos era bem claro: conhece-te a ti próprio; nada em excesso.

Jorge Pinheiro said...

Pedro: de acordo. A busca do Soma perdido transformou-se na intoxicação de puro entretenimento. Já agora se o tema te interessa, lê O "Pão dos Deuses",
de Terence Mcknenna.

Pedro said...

Muito obrigado, vou tentar arranjar tempo para o comprar e ler; de facto, tem razão, tornou-se tudo uma questão de entretenimento. Por outro lado, viver neste racionalismo e materialismo frio e estúpido é cada vez mais difícil - somos cada vez menos livres e sábios: o pouco que resta da liberdade é de autodestruição e a intoxicação não chega só na forma de álcool ou heroína. Por vezes, cada vez mais, é até "psicologia".