Foi então que Arnaldo teve uma ideia genial...
Pela calada da noite, fizeram sair da cidade uma carroça com um grande caixote de madeira, carregado com fosfatos do Iémen, que emanavam um estranho clarão azulado. Uma fuga de informação deliberada alertou a comunicação social que esperava às portas de Jerusalém. A notícia saiu em todos os telejornais.
O caixote viajou por mar via Chipre, Sicília e Marselha e, depois, por terra até Clairvaux, ali para os lados de Dijon. Bernardo, abade de Cister, esperava ansiosamente.
Depois foi andar com o caixote por essa Europa fora, de esconderijo em esconderijo. O mito estava criado!
Não havia Papa que não se borrasse perante o putativo poder da hipotética Arca, cujo suposto paradeiro ninguém conhecia.
Paralelamente, apenas para disfarçar, decidiram criar uma empresa de “souvenirs” religiosos, a que deram o nome de “Pobres Cavaleiros de Cristo”.
O objecto social, declarado ao notário de Jerusalém, era exportar pedacinhos da “vera cruz”; fiapos do santo sudário; cabeças mumificadas de João Baptista; garrafinhas de água suja pelas mãos de Pilatos; migalhas de pão da última ceia; canecas “tipo Graal” e outras santas relíquias.
A coisa correu tão bem que, em 1128, a conselho de Bernardo de Clairvaux, esse grande consultor de marketing religioso, a empresa passou a designar-se “Ordem do Templo de Salomão”, com “trade-mark” registada “Templários”, reconhecida e avalizada pelo Papa.
De facto, a empresa, que tão humildemente começara, transformara-se, em poucos anos, num verdadeiro potentado... uma multinacional, diversificando os negócios de forma exponencial.
Conseguira o monopólio da protecção dos caminhos para a Terra Santa. Criara as “rotas templárias”, verdadeiras auto-estradas da peregrinação. A troco de portagem garantia-se, com segurança, ida e volta a Jerusalém.
Se querias ir por mar, os Templários dispunham de excelente frota, sediada em La Rochelle, que confortavelmente te expediam até ao Santo Sepulcro, com requintado serviço de bordo.
No domínio fundiário, colocaram “out-doors” por toda a Europa, publicitando o “slogan”: “Liberta-te da terra. Garante um cantinho no céu”. As doações e heranças não se fizeram esperar. Aos mais reticentes, as terras eram expropriadas com fundamento na existência de um “nó telúrico” no local.
Dedicaram-se com sucesso à alta finança... Tornaram-se tesoureiros de reis e consultores financeiros do Papa.
Enfim, a coisa excedera todas as expectativas e durante dois séculos o negócio não parou de crescer.
O truque só veio a ser topado pelo rei francês Filipe IV, o “Belo”, em 1307. Foi tarde... mas, mais vale tarde que nunca!
Nessa altura, porém, enquanto Jacques de Mollay, último Grão-Mestre dos Templários, grelhava vivo na Île de France, Arnaldo Rocha, cavaleiro de Gondemar, já há muito estava noutra...
Pela calada da noite, fizeram sair da cidade uma carroça com um grande caixote de madeira, carregado com fosfatos do Iémen, que emanavam um estranho clarão azulado. Uma fuga de informação deliberada alertou a comunicação social que esperava às portas de Jerusalém. A notícia saiu em todos os telejornais.
O caixote viajou por mar via Chipre, Sicília e Marselha e, depois, por terra até Clairvaux, ali para os lados de Dijon. Bernardo, abade de Cister, esperava ansiosamente.
Depois foi andar com o caixote por essa Europa fora, de esconderijo em esconderijo. O mito estava criado!
Não havia Papa que não se borrasse perante o putativo poder da hipotética Arca, cujo suposto paradeiro ninguém conhecia.
Paralelamente, apenas para disfarçar, decidiram criar uma empresa de “souvenirs” religiosos, a que deram o nome de “Pobres Cavaleiros de Cristo”.
O objecto social, declarado ao notário de Jerusalém, era exportar pedacinhos da “vera cruz”; fiapos do santo sudário; cabeças mumificadas de João Baptista; garrafinhas de água suja pelas mãos de Pilatos; migalhas de pão da última ceia; canecas “tipo Graal” e outras santas relíquias.
A coisa correu tão bem que, em 1128, a conselho de Bernardo de Clairvaux, esse grande consultor de marketing religioso, a empresa passou a designar-se “Ordem do Templo de Salomão”, com “trade-mark” registada “Templários”, reconhecida e avalizada pelo Papa.
De facto, a empresa, que tão humildemente começara, transformara-se, em poucos anos, num verdadeiro potentado... uma multinacional, diversificando os negócios de forma exponencial.
Conseguira o monopólio da protecção dos caminhos para a Terra Santa. Criara as “rotas templárias”, verdadeiras auto-estradas da peregrinação. A troco de portagem garantia-se, com segurança, ida e volta a Jerusalém.
Se querias ir por mar, os Templários dispunham de excelente frota, sediada em La Rochelle, que confortavelmente te expediam até ao Santo Sepulcro, com requintado serviço de bordo.
No domínio fundiário, colocaram “out-doors” por toda a Europa, publicitando o “slogan”: “Liberta-te da terra. Garante um cantinho no céu”. As doações e heranças não se fizeram esperar. Aos mais reticentes, as terras eram expropriadas com fundamento na existência de um “nó telúrico” no local.
Dedicaram-se com sucesso à alta finança... Tornaram-se tesoureiros de reis e consultores financeiros do Papa.
Enfim, a coisa excedera todas as expectativas e durante dois séculos o negócio não parou de crescer.
O truque só veio a ser topado pelo rei francês Filipe IV, o “Belo”, em 1307. Foi tarde... mas, mais vale tarde que nunca!
Nessa altura, porém, enquanto Jacques de Mollay, último Grão-Mestre dos Templários, grelhava vivo na Île de France, Arnaldo Rocha, cavaleiro de Gondemar, já há muito estava noutra...
(continua na 6ª feira)
jp
5 comments:
Tudo certo então.
Bjs e uma ótima terça-feira.
Ando tão distraída com "o tempo" que tenho deixado esta sequênci para ler mais tarde, de uma assentada. E, nesta tourné, não me consigo lembrar... quem o surpreendeu com a veia poética e a habilidade, no final, de associar o tempo ao templo?
Como diz uma amiga minha, "é muita informação", rs
Luciana: mais ou menos certo. Com esta gente nunca se sabe...
Dulcineia: foi o Eduardo.
Ufa, ainda bem que o Arnaldo escapou...mas "O Belo" ficou com as maldições...
Abraços.
Pois é, ninguém percebeu o alcance das medidas profiláticas do "Belo"... nem ele!
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