DIA DOS NAMORADOS

Agora apareceu esta moda de comemorar o "dia dos namorados". Coisa recente, virada para o consumo. Curioso é que já há quem se ofenda se o dia não fôr comemorado. Tem muito boa miúda a acabar namoro por o namoro não ser lembrado. Como sempre nesta coisa dos "dias", fica sempre bem dizer que dia dos namorados é todos os dias... Mas, a verdade é que as convenções vão-se impondo e a humanidade tem medo das convenções. Por mim fica o simbolismo e vão-se os anéis...!

Curiosa é a associação desta comemoração a um tal São Valentim, de que, há uns anos, ninguém tinha ouvido falar em terras lusas. Parece que durante o governo do imperador Claudio II foi proibida a realização de casamentos. O imperador acreditava que se os jovens não tivessem família, se alistariam com mais facilidade no exército. No entanto, um bispo romano, continuou a celebrar casamentos, mesmo após a proibição. Descoberto, foi condenado à morte. Enquanto permaneceu preso, muitos jovens atiram-lhe bilhetinhos e flores, manifestando-lhe a sua fé no amor. Dá-se mesmo o caso de uma ceguinha, filha do carcereiro se apaixonar pelo bispo, sentimento, aliás, mútuo. A paixão foi tão forte que ela, miraculosamente, recupera a visão. Valentim é decapitado, sem apelo nem agravo, a 14 de Fevereiro e 270 d.C.

Esta edificante história, para além de, toda ela, ser um bocado panisga, vem provar que a paixão não cega, antes pelo contrário, mas mata! Por outro lado, elucida-nos que as uniões de facto não eram, ao tempo, juridicamente tuteladas!

Os brasileiros, muito mais tradicionalistas nestas coisas de comemorações, não vão em tretas e celebram o dia 12 de Junho, véspera do casamenteiro Santo António, como o "dia dos namorados". Bem hajam!

jp