O meu portátil não quer falar. Há dias que se recusa a deixar-me ouvir as entrevistas que fiz para a biografia do Roberto. Desapareceram. Eclipsaram-se entre ícones e ficheiros temporários, no meio de cookies e programas malaicos. Tudo sumiu nos entrefolhos do disco. Procuro desesperadamente. Nada! Uma sensação de desânimo profundo apodera-se de mim. Era a única coisa que não podia desaparecer… Horas de conversas com pessoas. Vozes. Declarações. Memórias. Confissões. Depoimentos irrepetíveis. E eu sem back-up. Burro, burro, burro…!
Resta a tortura. Se não vai a bem, vai a mal. Ele há-de falar. No fim, todos acabam por falar. Começa-se por lhe dar uns apertões valentes com o “PC Inspector”. Procura nos ficheiros mais recônditos, abre as pastas, revista tudo. Nada! Um PC resistente. Teimoso. Mas há-de confessar…! Mãos inquisitoriais apoderam-se, então, dele. Têm meios inesgotáveis de o fazer confessar. Ligam-no a poderosas máquinas que arrancam a verdade aos mais impenitentes. Ele geme, contorcendo-se em bytes de pânico. Ficheiros devassados. Disco esventrado. Links trucidados. Oito horas de tortura, sem repouso, obrigam-no a descarregar tudo que lá tinha dentro. Heroicamente ele resiste. Não revela nada. É como um túmulo. Algures entre os chips primordiais ele conserva os segredos que não quer contar. Nada o fará falar!
Com um misto de desilusão e orgulho, fico a saber que tenho um portátil à prova de bala. Um resistente. Talvez mesmo um anti-fascista... Destes já não se fabricam!
jp
Resta a tortura. Se não vai a bem, vai a mal. Ele há-de falar. No fim, todos acabam por falar. Começa-se por lhe dar uns apertões valentes com o “PC Inspector”. Procura nos ficheiros mais recônditos, abre as pastas, revista tudo. Nada! Um PC resistente. Teimoso. Mas há-de confessar…! Mãos inquisitoriais apoderam-se, então, dele. Têm meios inesgotáveis de o fazer confessar. Ligam-no a poderosas máquinas que arrancam a verdade aos mais impenitentes. Ele geme, contorcendo-se em bytes de pânico. Ficheiros devassados. Disco esventrado. Links trucidados. Oito horas de tortura, sem repouso, obrigam-no a descarregar tudo que lá tinha dentro. Heroicamente ele resiste. Não revela nada. É como um túmulo. Algures entre os chips primordiais ele conserva os segredos que não quer contar. Nada o fará falar!
Com um misto de desilusão e orgulho, fico a saber que tenho um portátil à prova de bala. Um resistente. Talvez mesmo um anti-fascista... Destes já não se fabricam!
jp
13 comments:
AH NÃO! Isso não pode sumir não!
Vamos com calma, deve estar aí em algum lugar... respire fundo! Sempre está!
Oh que pena. Backup, backup... always. E agora? O melhor é chamares um técnico.
Não é suposto fazer o que estou a fazer mas por má causa não é e quem achar que tem valor faz o favor de comprar:
GetDataBack para discos (partições) em NTFS. Melhor recuperador de dados que já usei
http://mwmdev.com/__pub/GetDataBackNTFS340.zip
Esta é uma versão portable USB.
Boa sorte na recuperação dos dados.
Obrigado a todos pela preocupação e conselhos. Ainada não desisti, mas o assunto esteve com um melhores especialistas do Instituto Superior Técnico... e nada. De qq forma, o livro segue. Lançamento em Junho.
IST here too ;)
OK, MWM vou tentar o recomendado. Abraço.
Btw, Jorge, sou o filho do "Manecas". Se for preciso combina-se e posso tentar safar isso.
Abr.
Já desconfiava, MWM. Se poder ser era óptimo. Achas que se houver ensaio amanhã à noite dá?
Any time. É uma questão de dizer ao meu pai para me lembrar. A que horas ensaiam? Porto - Benfica às 19.45 :P
Pois... Já falo com ele e combinamos. Obrigado.
É como perder um album de boas recordações.
Vamos lá ver se os ficheiros tem salvação.
Maria: neste caso é pior! Vamos ver.
Conheço bem a aflição pela qual esta passando! Um drama!
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