As coisas começam a mudar. Por exemplo, os paradigmas curriculares estão em franco ajustamento. Quem não tiver cadastro não é qualificado para quadro superior de uma qualquer empresa cotada em bolsa. Pior, a crise da justiça, de que tanto se fala, tem efeitos perversos. De facto, a demora nos processos impede que se julgue atempadamente uma fraude ou um simples abuso de confiança, impedindo a condenação e a consequente qualificação como potencial quadro de valor acrescentado. É o mercado de trabalho que perde e a economia que fica prejudicada.
Outra coisa que começa a mudar é a nossa percepção quanto a eventuais luvas ou tráfico de influências que durante anos estigmatizaram presidentes das autarquias ou mesmo ministros. Afinal é tudo tão relativo! Que mal fizeram esses pobres diabos ao pé dos Madoffs ou dos Oliveira e Costas?! Criaram empregos, dinamizaram as empresas, estimularam a economia. Apenas se pede que a justiça, mais uma vez, seja rápida na condenação para que esta gente possa manter os estimulantes curricula e para que, em ano de eleições, se possa premiar, em consciência, quem tanto lutou pela sua terra.
Também o PIB (Produto Interno Bruto), que tem servido para atestar o desenvolvimento de um país, está em crise. Esta coisa de números muito exactos, indicadores quantitativos, valores de exportações, importações, produtividade, defice, juros, spreads… tudo isto começa a ser posto em causa. Começa a aparecer a noção de Felicidade Interna Bruta (FIB). O que é? Ninguém sabe bem, o que é uma enorme vantagem quando se está em crise. Saber as coisas com exactidão é um problema. Habituamo-nos às certezas quando tudo é incerto. As pessoas fazem afirmações para no dia seguinte as verem desmentidas. A credibilidade fica definitivamente abalada. Agora Felicidade Bruta…? Como se consegue medir o nível de alegria? Como se quantifica a tristeza? Como é possível pesar os afectos? Medir os sentimentos? Garantir a percentagem do desempenho sexual? E o prazer é mensurável? Mesmo com fome não podemos estar felizes? Não estaremos até a comer demais? E andar a pé não é mais saudável? Dizer bom dia ao vizinho ou cumprimentar o carteiro não é mais salutar do que mandar à merda o automobilista do lado? E se a felicidade for mesmo dos pobres de espírito?... Pois é, as coisas estão a mudar e nós temos de mudar com elas.
Outra coisa que começa a mudar é a nossa percepção quanto a eventuais luvas ou tráfico de influências que durante anos estigmatizaram presidentes das autarquias ou mesmo ministros. Afinal é tudo tão relativo! Que mal fizeram esses pobres diabos ao pé dos Madoffs ou dos Oliveira e Costas?! Criaram empregos, dinamizaram as empresas, estimularam a economia. Apenas se pede que a justiça, mais uma vez, seja rápida na condenação para que esta gente possa manter os estimulantes curricula e para que, em ano de eleições, se possa premiar, em consciência, quem tanto lutou pela sua terra.
Também o PIB (Produto Interno Bruto), que tem servido para atestar o desenvolvimento de um país, está em crise. Esta coisa de números muito exactos, indicadores quantitativos, valores de exportações, importações, produtividade, defice, juros, spreads… tudo isto começa a ser posto em causa. Começa a aparecer a noção de Felicidade Interna Bruta (FIB). O que é? Ninguém sabe bem, o que é uma enorme vantagem quando se está em crise. Saber as coisas com exactidão é um problema. Habituamo-nos às certezas quando tudo é incerto. As pessoas fazem afirmações para no dia seguinte as verem desmentidas. A credibilidade fica definitivamente abalada. Agora Felicidade Bruta…? Como se consegue medir o nível de alegria? Como se quantifica a tristeza? Como é possível pesar os afectos? Medir os sentimentos? Garantir a percentagem do desempenho sexual? E o prazer é mensurável? Mesmo com fome não podemos estar felizes? Não estaremos até a comer demais? E andar a pé não é mais saudável? Dizer bom dia ao vizinho ou cumprimentar o carteiro não é mais salutar do que mandar à merda o automobilista do lado? E se a felicidade for mesmo dos pobres de espírito?... Pois é, as coisas estão a mudar e nós temos de mudar com elas.
jp
40 comments:
A crise financeira tb muda a crise social.
Irá haver mais problemas psicologicos, mais stress, mais tristeza, mais dependencia psicologica e financeira....
Por isso é que nestas alturas é preciso tb ter força mental
Ter força e ainda acreditar nos sonhos. Desejar com muita força, desejar e ter atitude.
Como está difícil, mas...
Muito pertinente o post.
Também já postei meu desejo. Bom domingo!
Eu dizia qual era o meu desejo para estes gajos que nos desgovernam e ainda gozam com a cara da gente !
Olá!
Eu como sou optimista acredito na sabedoria popular : " não há mal que sempre dure, nem bem que não acabe" :=)
Beijocas
Acho que grandes mudanças são possíveis ...mas será que o homem aprende ...a memória me parece sempre tão curta...DESEJEMOS QUE MUDEM...Para o nosso bem!
Obrigada pelo lindo comentário no noVÍtá!
Bj
Desejar é querer, mas precisamos que seja um desejo PURO, HONESTO e NOSSO! Precisamos mudar porque de fato DESEJAMOS que tudo mude...
Cheguei aqui por meio da Tertúlia Virtual.
Mudar é mais do que bom, é necessário e saudável!
Abraços,
Helen
Desejo que estas mudanças que você deseja venham mesmo, pois são fundamentais para a humanidade, as práticas atuais a levaram à crise que você tão bem descreveu. Mas cada um deveria responder a estas perguntas, e se conscientizar que as mudanças são necessárias.
Merci beaucoup pour ton commentaire au Jardin, ton français est excellent.
Abraços e bom domingo cheio de desejos.
Um belo e importante desejo:Mudar...
Essa mudança deve vir primeiro de dentro de nós mesmos...Aí, de repente, passamos a achar as coisas melhores fora...um abraço e um lindo dia!chica
Haverá mudanças, eu creio. Crer é desejar.
Abraços.
Jorge, para quem andava sem inspiração para um DESEJO, hoje, saiu-se muito bem!
Forte abraço
O desejo de mudança passa por cada um de nós... passa sobretudo pelo regressar aos "valores" dos meus avos e visavós... e porque o desejo é a tendência espontânea e
consciente, vontade, ambição, inclinação do espírito para algo cuja posse ou realização
causaria prazer, instinto que move o homem a procurar fora de si a felicidade... estamos no bom caminho.
BEM HAJA
Carla
..."E se a felicidade for mesmo dos pobres de espírito?"...
É sim, porque esses não pensam, logo não são exigentes e são muito mais felizes!!!
Opinião muito minha, e sem desprestigiar esses "pobres de espírito", porque são pessoas com o seu merecido respeito e felizes à sua maneira. Mas dificilmente eles mudam porque não 'conseguem' evoluir... para a evolução estão os pensadores! (mesmo que seja a mais incorreta)
E os desejos para "estes" por mais insignificante que seja sabem-no sempre valorizar! logo, são mais felizes nos seus DESEJOS.
Os "outros" por serem mais exigentes nos DESEJOS, nunca estão satisfeitos com o pouco, logo a felicidade, fica além das expectativas desejadas !
Será que estou errada?
O seu texto deu que pensar :)
Beijinho
Viva, Jorge!
Bem, parece que vou dar uma geral, desgostando algumas pessoas, talvez.
Provavelemente não deveria ter começado este tour pela Maria Augusta, mas como ela foi a primeira a vir ao meu blog...
Como ela diz, desejo é o do boudoir; os restantes são meras aspirações.
Abraço
Ruben
Hoje, tudo é demais. E a FIB se compra, não se contrói.
..."E se a felicidade for mesmo dos pobres de espírito?"...
Apesar de ser uma otimista teimosa e de acreditar que o Bem ainda prevalece sobre o Mal, tenho tristemente constatado que a felicidade tem estado nas mãos dos pobres de espírito sim...
Mas não apenas por seu medíocre querer, mas porque vivemos um tempo de imagens distorcidas, razões inversamente proporcionais...
Desejo mudanças também!
Bom domingo Jorge!
beijo
Pat
O avançar do tempo é o avançar da mudança. Sempre e sempre e constantemente...
O desejo por mudanças é tão saudável e evolutivo quanto aos tempos, quanto ás pessoas...
Se estagnarmos em qualquer área, perdemos o próprio terreno, que é evolutivo, é mutável.
Gostei muito, Bjs,
Chris
Caro Jorge
Diz o POVO e com razão que, "QUEM MUDA DEUS AJUDA!"
Parabéns pela postagem e por dar corpo a esta Tertúlia Colectiva que não pára de crescer em nmero de adesões´.
Abç
G.J.
Desejo de mudança.
Desejo de justiça.
Lindo post! E parabéns pela iniciativa e pelo sucesso da Tertúlia Virtual. É a primeira vez em que participo e digo que estarei presente nas próximas!
Bjs e bom domingo!
Muitas coisas precisam, realmente, ser mudadas. O ruim é que muitas coisas voas também estão mudando (e para pior). Um abraço!
A minha FIB anda muito por baixo.
Está indexada à Euribor.
O que quer dizer que estou de rastos..
E onde fica nossa credibilidade com a vida? Dificil demais...
beijos
Mudanças!!!! precisamos de muitas para reavaliar o sentido do humano.
@dis-cursos
Mudanças ? Mas mudamos permanentemente. O caso é que as mudanças, ou nossa trajetória, se fazem em espiral, me parece, passando sempre pela mesma faixa de circunstancias. Mas é bom desejar, impulsiona, movimenta.
Acho que a mudança não espera nosso desejo, ela vem feito uma onda gigante, e quem não sabe surfar, afoga.
Estamos num período de mudanças rápidas e cruciais, estamos sendo virados de cabeça para baixo, estamos sedo convocados a refletir em nossas crenças mais seguras.
Diz-se aqui no Brasil, não se pode fazer uma omelete sem quebrar os ovos, acho que não se pode fazer mudança, sem passar primeiro pelo caos.
Mas aí a filosofia do surfista é de grande importância, é preciso ser criativo e se divertir onde todos de sentem ameaçados e então o que era terrível, torna-se algo enriquecedor.
Abs.
O desejo de mudança perpassa por vários aspectos da nossa existência.
Parabéns a você e ao Eduardo pelo grande sucesso da Tertúlia Virtual que já se tornou uma ótima referência na blogosfera.
Bjs.
Só os burros não mudam, mas "eu só sei que não vou por aí..."
Um abraço
Provavelmente sim, os pobres de espírito são mais felizes. As pessoas mais felizes que conheci até hoje eram quase analfabetos e nem sequer isso questionavam. Excelente post, pequeno.
Apreciei os vossos comentários e a forma como interpretaram o meu desejo de mudança num paradigma ainda por criar. A ironia aqui é dupla, como é fácil detectar. Não repondo a todos individualmente. Espero que me perdoem, mas foram muitos comentários hoje. Não resisto, no entanto, a salientar a resposta do António Oliveira que apanhou muito bem o tom: a FIB indexada à EURIBOR!
Eu só...
D ignidade
E sperança
S abedoria
E xperiência
J ustiça
O oportunidade.
Abraços
José Jaime
Jorge,
Ai que saudades destes textos... irónicos, afiados, com humor, fieis à realidade, originais... (para mim que não me entusiasmo nada com os templários, isto é um petisco requintado)
Parabéns pelo DESEJO. Que sejam tempos de mudança. A começar por nós. A formar grupos de consciência colectiva íntegros, não Zen's, intervenientes.
Quanto à Felicidade, embora perceba toda a tua subtileza e a subscreva, pelos comentários há uma certa confusão com alegria. São coisas diferentes.
Discordo quando se diz que os "pobres de espírito" poderão ser mais felizes. Há uns anos, tinha muito mais do que hoje e era bem mais "pobre de espírito".
Hoje, minimalista, preciso de poucas coisas para ser feliz: saúde (minha e dos meus), da natureza (que pode servir de subsistência em ultima instância), do mar, de um tecto e de afectos. E não me sinto "pobre de espírito". Pelo contrário, tenho uma visão da vida mais ampla.
Um abraço.
PS: isto não é o programa "quando o telefone toca", ai mas era tão bom "less templários, more sarcasmo crítico"
José Jaime: obrigado por aparecer e pela excelente diatribe.
Dulcineia: não tenho dúvidas que percebeste as nuances irónicas todas. Quanto a Templários, percebo o menor interesse. Há pessoas que gostam e foi um trabalho de pesquisa interessante que fiz. Eu próprio, hoje em dia, revejo-me menos nesses textos, mas foram eles que me iniciaram na escrita e que me deram bagagem para desconstruir a história com a criação das Aventuras de Arnaldo Rocha que só leu quem quis ou conseguiu, mas que se fossem publicadas em livro teriam outro impacto. Acresce um pormenor técnico. Há dias em que facilita já ter "congelados". Beijos.
Olá, Jorge!
Mudança todos nós desejamos, pelo que este é dos desejos talvez mais partilhados.
Um abraço,
Milouska
É isso Milouska, o momento é de mudar... para onde?
Jorge está sendo muito bom participar desta tertúlia! Agradeço pela oportunidade de estar neste ato.
Bom texto!Desejar mudança sempre é um bom sinal.
Que seus desejos se renovem a cada dia!
Sucesso sempre
Obrigado Andrea.
Jorge, essa Tertúlia com este tema foi sensacional. Parabéns!
Georgia: vamos continuar...
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