Para quem já não se lembra, Afonso, princípe de Portugal e Isabel, infanta de Castela, acabavam de se casar com grande fausto em Évora. Vinham de lua-de-mel para Santarém, acompanhados pelo rei D. João II e por toda a corte...A viagem das pessoas reais foi super divertida. Pelo caminho iam acampando em tendas, como vulgares campistas. Pelo caminho iam folgando muito, caçando e dormindo o mais que podiam. Era o paraíso! Uma semana depois chegam a Santarém (ver fotos supra). Uma turba esperava as pessoas reais e logo a farra começa. Durou 27 dias. As ressacas eram enormes. Os reis estavam felizes. O país estava feliz. D. João II exultava. Os "descobrimentos" iam a bom ritmo. Em breve chegariam à Índia. Disso o rei já não tinha dúvidas. Em breve o filho Afonso ocuparia o trono de Portugal e de Castela. Era a União Ibérica sob a hegemonia lusitana.
Subitamente tudo mudou! E veja-se como tudo estava destinado a mudar. O destino impôs-se, tragicamente, a 11 de Julho de 1491. Afonso cansado das ressacas sucessivas e da caçada da véspera, resolve passar o dia com a amada Isabel para a compensar... O rei, seu pai, porém, veio desinquietá-lo. Que viesse com ele nadar lá em baixo, no Tejo, ao fim da tarde. O princípe que não. O rei que sim. D. João, cansado de esperar, vai sozinho. O moço, porém, reconsidera e manda aparelhar a real mula. Eis que passa o estribeiro-mor com um soberbo cavalo. Afonso apodera-se do cavalo e vai em veloz correria no encalço do pai. O cavalo era um verdadeiro "Ferrari". O princípe deslumbrado, resolve galopar pelas margens do rio. Já se preparava para voltar, quando lhe aparece D. João de Meneses, fidalgo seu amigo. O princípe tanto insistiu que o pobre fidalgo, que não queria, acabou por aceitar o despique. Deram-se as mãos e lá foram os dois em correria ao longo da margem. A noite caia rapidamente. De repente João de Meneses sentiu que a mão do princípe lhe fugia. Ouviu um baque surdo e alguma coisa a ser arrastada pelo solo. Quando voltou para trás, o cavalo esperneava sobre o cavaleiro inerte, no chão. O princípe, politraumatizado, morria no dia seguinte, 12 de Julho de 1491. A sorte de D. Manuel, duque de Beja, começara a mudar... (continua).
jp
4 comments:
:¬(
OH!
Então a desventura de D. Afonso fez a ventura de D. Manuel...é sempre assim!
Ora, o príncipe e o fidalgo amigo a cavalgarem de mão dada ao luar... Só podia dar politraumatismo...
Estava a ver que ninguém reparava...
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