
Nascido em 1512, filho de D. Manuel I e de D. Maria de Castela, este homem seguiu a carreira eclesiástica, chegando a concorrer a papa (obteve 15 votos). Estava ele devotamente a preparar-se para entregar a alma ao Criador no recato do Mosteiro de Alcobaça, quando o estouvado D. Sebastião se lança no nevoeiro de Alcácer Quibir, deixando o país a braços com uma questão dinástica. D. Henrique sobe, contra vontade, ao trono em 28 de Agosto de 1578. Ainda tentaram casar o Cardeal-Rei com Isabel de Áustria, viúva do rei de França. Talvez que com a ajuda divina conseguisse um herdeiro. Mas ele não quis abusar da benevolência do Senhor (e, diga-se de passagem, a sua inabilidade política também não gorou conseguir a dispensa dos votos pelo Papa). Assim, convocou Cortes em Lisboa, em 1579, e preferiu designar os pretendentes ao trono: Filipe II de Espanha; D. António, prior do Crato; Rainúncio de Parma; D. Catarina de Bragança e Manuel Felisberto de Sabóia. Não usando do direito de nomear um sucessor, preferiu criar uma espécie de “comissão” para estudar o problema da sucessão. A comitologia era já uma ciência portuguesa que nunca mais abandonaríamos. Indeciso por natureza, morre indeciso em 1580, após 16 meses de governo, e deixa indeciso o país que se divide entre a alta nobreza e a grande burguesia, que querem Filipe II e a pequena burguesia e as classes desfavorecidas, que querem António prior do Crato. As batalha jurídica que envolveu os mais reputados escritórios de advogados de então e, finalmente, a pesada derrota de D. António na batalha de Alcântara, dão o trono a Filipe II, I de Portugal. Segundo os biógrafos, o Cardeal-Rei era “de corpo meaõ, alvo e louro, os olhos azuis, algum tanto saídos, naõ feio, mas pouco amável na presença”.
jp
3 comments:
É sempre bom relembrar essas grandes figuras históricas de Portugal.
Abraço, Susana
Resumindo, um claro exemplo de um tipo sem tomates...
Poi~s, não seria e esperar muito... Em todo o caso Filipe mexeu-se muito bem e com enorme apoio interno.
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