
Lá no alto, um pequeno insecto de cerca de 1 cm, zebrado de amarelo e preto, cintura de vespa e antenas proeminentes, resolve associar-se a toda esta felicidade e, subrepticiamente, introduz-se na toalha colorida que, displicentemente, repousa sobre os meus joelhos. Afago involuntariamente a toalha na volúpia do momento. A vespa assume aquilo como um ataque e, aprisionada nas pregas dos calções de banho, inocula todo o veneno em plena glande até esgotar o elixir.
Dor horrível. Gesticulo como um louco. Lágrimas nos olhos. Discretamente investigo os estragos. A minha pila, habitualmente escorreita, estava a entrar numa fase transformista. Quando chego à praia é já um tortomulho infame a querer saltar do fato de banho. Corri para a água na esperança de algum alívio. Asneira. Com a diferença de temperatura o “coiso” começou a ganhar vida própria: grosso em cima, fino em baixo; depois ao contrário; finalmente um balão pronto a rebentar.
Daí para a frente foi uma romaria na praia. Os homens a querer-me levar ao hospital. As mulheres riam de impúdica incredulidade, ante aquele objecto em permanente mutação. Os putos viam naquilo uma escultura na areia que vai mudando com a maré. Eu, só receava a impotência.
Durante os quatro dias seguintes fiquei entre a vida e a morte, temendo pela minha masculinidade. Será que voltaria a funcionar? E se ficasse assim para sempre? Um membro excessivo, desmedido, condenado para toda a vida a fazer sexo com animais de grande porte?
Finalmente tudo voltou ao normal, às devidas proporções. Olhei-me ao espelho e suspirei de alívio. Desde então nunca mais fui o mesmo. A minha vida mudou e muito. Agora olho as vespas com outro respeito e com alguma cumplicidade e, admito, passei a ter uma vontade irreprimível de arremeter a tudo o que mexe!
Contribuição para a blogagem colectiva da Mylla Galvão, do blogue "Vidas Linha".
jp
jp
7 comments:
Horroroso o facto. Nem quero imaginar o sofrimento de toda a ordem!
Valeu (desculpe, meu amigo...) por ter resultado num FANTÁSTICO contributo para as VIDAS LINHA, da MYLLA GALVÃO!!!).
Não sei porquê (claro que sei), logo me lembrei das suas UMA POR DIA...
Ia falhar!
Abraço com admiração pelo seu espantoso talento.
Pode ter sido tremendo para quem passou mas eu confesso que só consigo rir com a narrativa.Um incrível talento para nos rasgar risos seja qual for a hora em que a lemos.
Que vespa, hem?
Talentosa a pequena!
kkkkkkkkkkk
Olhar
"as vespas com outro respeito e com alguma cumplicidade"
é de MESTRE!
bjs
vais desvendando
devagar
a gente vai percebendo bem as tuas férias Querido Jorge...
meu querido Jorge o que deves ter sofrido
não fossem os postes, Jorge...
Com vespas ou sem elas, seu texto é nota 10!
Oi Jorge,
Que texto estupendo!!! Adoreeeeeeeiiiiiiii!!!
O texto me fez dar boas gargalhadas logo de manhã!
Mas lamento pelo ocorrido com vc!!!
Ainda bem q não deu em nada heim???
Já pensou??? Ficar impotente por causa de uma vespa? (rsrsrs)
Parabéns pela participação!
Abraços
Uma certeza, era fêmea!
Agora, imagino seu desespero, amigo! Como seria dali pra frente se sua masculidade ficasse afetada?
rsrrsrs
Brancadeiras à parte, ri bastante com sua história, de tão bom que é!
Bjs e bela participação!
Post a Comment