30.10.09

TURISTA OCIDENTAL - NO PAÍS DOS VÂNDALOS (3)

Em Abril de 711, com uma força de 10.000 homens, Tariq, emir de Tânger, atravessa o estreito, que passa a ostentar o seu nome, Gibraltar (a “ponte” de Tariq) e vai por ali acima, imparável!
É claro que a coisa foi facilitada. Rodrigo, então rei visigodo, tinha tomado o poder, apoiado por vários nobres, mas não por todos. A monarquia visigótica era, teoricamente, electiva. Ultimamente, porém, não era o que estava a acontecer. Egica conseguiu que o filho, Vitiza, lhe sucedesse e este pretendia fazer o mesmo com o próprio filho, Akhila… O habitual nepotismo!
O golpe de estado que levou Rodrigo ao poder, cavou fortes dissensões entre a nobreza, parte da qual, nomeadamente a facção de Vitiza, chefiada pelos seus irmãos Alamundo e Artabás, terá “convidado” os muçulmanos para uma pequena vingança, seguros que, derrotado Rodrigo, os berberes partiriam disciplinadamente para a sua Ifriqyia… Só que não partiram!
A seguir à batalha de Medina Sidónia, ali perto de Algeciras, onde um exército de 30.000 visigodos é derrotado por Tariq, este move-se rapidamente, ocupando Córdova, Málaga, Granada e a própria capital, Toledo. Após este êxito estrondoso, Musa, chefe de Tariq, decide também associar-se à conquista e, obviamente, ao saque.
Do ponto de vista institucional, é Musa o verdadeiro conquistador da Espanha. É já ele quem toma Sevilha e Mérida e inicia, em 714, a tentativa de subjugação da Galiza e do Vale do Ebro.
É neste preciso momento que o distante Califa al-Malik tem um assomo de autoridade e manda Musa e Tariq apresentar-se em Damasco.
Saíram contrariados, deixando Abd-al-Aziz, filho de Musa, como governador. Eles, lá foram a Damasco ouvir um raspanete histórico e a Espanha nunca mais voltaram!
Na imagem, o rochedo de Gibraltar e, ao longe, África.
(a continuar)

3 comments:

Maria Augusta said...

Então houve manobras internas para facilitar a invasão...parece que os métodos não mudaram muitos em todos estes séculos.

Jorge Pinheiro said...

Há sempre um cavalo de Tróia!

Li Ferreira Nhan said...

Ooo!! jeito bom de aprender a história!!!
Obrigada Jorge