O que sabemos é que a história de Compostela é um caso típico de exploração da crendice básica, ao serviço das ambições político-religiosas mais tenebrosas. Eu conto rapidamente…
Como toda a gente que andou na catequese sabe, o apóstolo Jacobus (também conhecido por Iago, Tiago ou Jacques) era filho de Zebedeu e de Salomé e irmão de João “Evangelista”. Costuma ser chamado de Tiago Maior para o distinguir de Tiago Menor, irmão de Jesus.
Para além de um par de duvidosos milagres, pouco se sabe da vida do santo, mas da morte, sim. Foi em 44 d.C. Estava Tiago em Jerusalém, sossegadamente a comer o cordeiro pascal, quando Heródes Agripa I o manda prender e executar, sem mais nem menos. Em Roma era Imperador o coxo Cláudio.
Com raro sentido de oportunidade, Tiago foi o primeiro apóstolo a derramar sangue em nome da fidelidade a Jesus. Outros se seguiriam, dando à seita uma dimensão mediática que nunca teria tido, não fossem os litros de sangue vertidos e a incapacidade dos romanos em, pela primeira vez, lidarem com uma questão religiosa. De facto, eles não estavam preparados para absorver religiões monoteístas. Na sua mente pragmática, um único Deus confundia-se com César e, consequentemente, representava uma ameaça ao Império já que negava a divindade do imperador.
Só muito mais tarde (séc. IV), Constantino, com o Império à beira da desagregação, percebeu as vantagens unificadoras da nova religião. A fé cristã passou a estar associada ao poder temporal, participando activamente da ordem política. O imperador prescindiu da sua natureza divina e passou a ser, modestamente, apenas uma “pessoa sagrada”.
Como toda a gente que andou na catequese sabe, o apóstolo Jacobus (também conhecido por Iago, Tiago ou Jacques) era filho de Zebedeu e de Salomé e irmão de João “Evangelista”. Costuma ser chamado de Tiago Maior para o distinguir de Tiago Menor, irmão de Jesus.
Para além de um par de duvidosos milagres, pouco se sabe da vida do santo, mas da morte, sim. Foi em 44 d.C. Estava Tiago em Jerusalém, sossegadamente a comer o cordeiro pascal, quando Heródes Agripa I o manda prender e executar, sem mais nem menos. Em Roma era Imperador o coxo Cláudio.
Com raro sentido de oportunidade, Tiago foi o primeiro apóstolo a derramar sangue em nome da fidelidade a Jesus. Outros se seguiriam, dando à seita uma dimensão mediática que nunca teria tido, não fossem os litros de sangue vertidos e a incapacidade dos romanos em, pela primeira vez, lidarem com uma questão religiosa. De facto, eles não estavam preparados para absorver religiões monoteístas. Na sua mente pragmática, um único Deus confundia-se com César e, consequentemente, representava uma ameaça ao Império já que negava a divindade do imperador.
Só muito mais tarde (séc. IV), Constantino, com o Império à beira da desagregação, percebeu as vantagens unificadoras da nova religião. A fé cristã passou a estar associada ao poder temporal, participando activamente da ordem política. O imperador prescindiu da sua natureza divina e passou a ser, modestamente, apenas uma “pessoa sagrada”.
Na imagem, Tiago Maior, numa pintura de Rembrandt.
(a continuar)
4 comments:
Adorei seu resumo Jorge
realmente a idéia monoteísta para os romanos incomodava mais do que pedra no sapato ..
hahahaha....
Rembrant mais do que ninguem adorava esse " semblante" de santidade
Affffffffff que época sinistra essa !
Deusa: já com os judeus não se tinham dado nada bem. Então com cristãos que ainda por cima punham em causa o sistema de escravatura...
As religiões são manipuladas politicamente de tal forma, que a própria essência delas acabe se perdendo e se confundindo com os interesses dos poderosos.
... e isto ainda mal começou!
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