Galiza sem marisco é como um jardim sem flores. Muito camarão, lagostim e sobretudo mexilhão cultivado diligentemente em plataformas a boiar nas rias, permitindo acesso fácil e produtividade garantida. O sabor pede águas mais batidas, mas, com aquela cebolada toda, tanto faz. O “pulpo” com colorau está omnipresente, bem como o ”lácon con grelos”… E fomo-nos a eles como Santiago aos Mouros!
O vinho é “albarinho”, em vez de “alvarinho”. E é nesta subtil diferença que, simbolicamente, se resume a separação política, contra-natura, entre Portugal e Galiza que, na verdade, são uma só nação.
Se olharmos para o mapa da Península, à Galiza falta o corpo e a Portugal falta a cabeça. Os povos do Douro ao Cabo Finisterra têm a mesma origem “callaica” e constituíram durante séculos uma comunidade com características próprias e permanentes, com um sentido de unidade e língua comum.
No processo de independência de Portugal, que se iniciou em 1128 e veio a culminar em 1143, a Galiza não nos pôde acompanhar.
A Europa tinha em Santiago de Compostela um local de peregrinação e uma luz de esperança na luta contra o Islão. Era preciso que esse local se mantivesse acessível. Os “Caminhos de Santiago” não poderiam ser cortados por um poder de Leão tornado hostil, em consequência de uma eventual independência de Portugal.
O vinho é “albarinho”, em vez de “alvarinho”. E é nesta subtil diferença que, simbolicamente, se resume a separação política, contra-natura, entre Portugal e Galiza que, na verdade, são uma só nação.
Se olharmos para o mapa da Península, à Galiza falta o corpo e a Portugal falta a cabeça. Os povos do Douro ao Cabo Finisterra têm a mesma origem “callaica” e constituíram durante séculos uma comunidade com características próprias e permanentes, com um sentido de unidade e língua comum.
No processo de independência de Portugal, que se iniciou em 1128 e veio a culminar em 1143, a Galiza não nos pôde acompanhar.
A Europa tinha em Santiago de Compostela um local de peregrinação e uma luz de esperança na luta contra o Islão. Era preciso que esse local se mantivesse acessível. Os “Caminhos de Santiago” não poderiam ser cortados por um poder de Leão tornado hostil, em consequência de uma eventual independência de Portugal.
Na imagem, o Cabo Finisterra.
(a continuar)
6 comments:
Você tem mesmo que editar um roteiro conceitual, muito bem ilustrado. É a história contada de forma leve.
Lina: obrigado. Estas históris, como saberá, estão num livro que editei em 2007. Agora vai seguir-se a biografia do meu falecido amigo Roberto Barbosa. Depois vamos ver. Talvez uma história sobre o Brasil. Era a maneira de vijar que bem preciso.
A sua edição está incrível!!!
Adoro esse lugar misterioso. Um mar belíssimo.
bjs
OBRIGADO JU.
Galiza, entranha-se.
É absolutamente arrebatadora.
Dylan: concordo inteiramente.
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