25.11.09

TURISTA OCIDENTAL - COMPOSTELA (9)

Compostela! No local onde hoje se situa a catedral, existiria um povoado romano que se tende a identificar com a “mansão romana de Aseconia”. O povoado desapareceu, mas permaneceu uma necrópole em uso até ao séc. VII. Os restos mortais do Apóstolo Santiago, o Maior, teriam aparecido por aqui, no lugar onde posteriormente se edificou Compostela. O nome da cidade tanto pode vir de Campus Stellae (“campo de estrelas”), como de Composita Tella (“terras bem ajeitadas”, um eufemismo de cemitério).
Ruas medievais, numa malha apertada e labiríntica. Restaurantes azeitados, todos com muito tomate. Dezenas de lojas vendendo exactamente o mesmo: canecas de loiça com a catedral estampada, cajados e vieirinhas.
As vieirinhas são fundamentais para se perceber o encanto da cidade. Para quem estuda malacologia, sabe que as vieiras são moluscos bivalves, da família dos Pectinidae que, para além de darem excelentes gratinados, vão bem com o Santo, cujos despojos deram à terra numa barca repleta de conchas e que ficariam como símbolo da peregrinação. Isto, para além de Tiago, quando conheceu Jesus, ser pescador.
Mas mais, como nos diz Fulcanelli, in O Mistério das Catedrais, “… A concha de Compostela (“campus stellae”) serve na simbólica secreta para designar o princípio Mercúrio (a água benta dos filósofos), também chamado Viajante ou Peregrino. É usada misticamente por todos os que empreendem o trabalho e procuram obter a estrela”.
(a continuar)

2 comments:

Claire-Françoise Fressynet said...

Comecei a ler, no outro sentido, esta difícil familiarizar-me com os Panosfkys mas diverte-me como escreves os bitaites.

Helena Oneto said...

Por incrível que pareça, nunca fui a Compostela, mas vontade não me falta.