Foi aqui que fiz uma constatação que vale para toda a Espanha. O tamanho das colheres (i.e. cucharas) é paradoxal: as de sopa são do tamanho de sobremesa, as de café, do tamanho das de chá! Resultado: a sopa demora horas a comer; o café vai metade por fora. Turista Ocidental, se fores a Espanha, leva contigo um “cubierto” completo!
Seguiu-se Granada, Tierra Soñada, a Hisn Granata, que a partir de 1248 se tornou o último bastião muçulmano na península, governada, até 1492, pela dinastia Nazari, nascida ali na região de Jaén.
Com o poder dos Almóadas deteriorado, a ofensiva de Fernando III tornou a posição dos muçulmanos desesperada. Os apelos aos governantes do Norte de África não resultavam.
Em 1248, Fernando III, após ano e meio de cerco, entra em Sevilha. Era a desmoralização árabe, o fim dos Almóadas.
De todo o território árabe na península (cerca de 70%), apenas sobreviveu o reino de Granada. E sobreviveu durante mais dois séculos e meio, até que outro Fernando, agora acompanhado de uma Isabel, definitivamente expulsou os últimos Nasritas.
A subida ao poder dos Nasritas é muito curiosa…
Depois da queda de Badajoz, em 1231, a população desprotegida começa a recolher-se à volta de homens fortes. Um desses “homens fortes” passa a protector de Granada. É Muhammad n. Yusuf, mais conhecido por Ibn al-Ahmar. Al-Ahmar era ali da pequena cidade de Arjona, no vale do Guadalquivir, 80km a leste de Córdova.
A ele se juntaram antigos combatentes do exército almóada e destacadas famílias muçulmanas, expulsas pelos cristãos das terras agora reconquistadas. Entre essas famílias, destaque para os Banu-Sanadid, de Jaén, cujo apoio vai ser decisivo.
A pouco e pouco, al-Ahmar vai-se impondo. As populações precisavam de um chefe. As bases do reino de Granada foram criadas pelo consentimento e não pela força.
Al-Ahmar era um homem estranho. Aliado dos castelhanos quando estes conquistaram Córdova (1236). Em 1246 encontrou-se com Fernando III e aceitou entregar a sua própria cidade natal, Arjona, e tornar-se vassalo do rei castelhano em troca de vinte anos de tréguas.
Talvez fosse “realpolitik”… O certo, é que os habitantes da região de Jaén foram expulsos para sempre!
Assim, conseguiu estabelecer o reino de Granada: garantiu a paz para si próprio à custa da desgraça de outros muçulmanos.
Seguiu-se Granada, Tierra Soñada, a Hisn Granata, que a partir de 1248 se tornou o último bastião muçulmano na península, governada, até 1492, pela dinastia Nazari, nascida ali na região de Jaén.
Com o poder dos Almóadas deteriorado, a ofensiva de Fernando III tornou a posição dos muçulmanos desesperada. Os apelos aos governantes do Norte de África não resultavam.
Em 1248, Fernando III, após ano e meio de cerco, entra em Sevilha. Era a desmoralização árabe, o fim dos Almóadas.
De todo o território árabe na península (cerca de 70%), apenas sobreviveu o reino de Granada. E sobreviveu durante mais dois séculos e meio, até que outro Fernando, agora acompanhado de uma Isabel, definitivamente expulsou os últimos Nasritas.
A subida ao poder dos Nasritas é muito curiosa…
Depois da queda de Badajoz, em 1231, a população desprotegida começa a recolher-se à volta de homens fortes. Um desses “homens fortes” passa a protector de Granada. É Muhammad n. Yusuf, mais conhecido por Ibn al-Ahmar. Al-Ahmar era ali da pequena cidade de Arjona, no vale do Guadalquivir, 80km a leste de Córdova.
A ele se juntaram antigos combatentes do exército almóada e destacadas famílias muçulmanas, expulsas pelos cristãos das terras agora reconquistadas. Entre essas famílias, destaque para os Banu-Sanadid, de Jaén, cujo apoio vai ser decisivo.
A pouco e pouco, al-Ahmar vai-se impondo. As populações precisavam de um chefe. As bases do reino de Granada foram criadas pelo consentimento e não pela força.
Al-Ahmar era um homem estranho. Aliado dos castelhanos quando estes conquistaram Córdova (1236). Em 1246 encontrou-se com Fernando III e aceitou entregar a sua própria cidade natal, Arjona, e tornar-se vassalo do rei castelhano em troca de vinte anos de tréguas.
Talvez fosse “realpolitik”… O certo, é que os habitantes da região de Jaén foram expulsos para sempre!
Assim, conseguiu estabelecer o reino de Granada: garantiu a paz para si próprio à custa da desgraça de outros muçulmanos.
Na imagem os palácios de Alhambra, em Granada.
(a continuar)
4 comments:
Não sei nada de história rssssssssss totalmente ignorante rssssssssss...sou 200% de ciências, dá para compreender? :)
mas aqui vou aprendendo!!!
Bjinho
Ellen: a ideia é essa. Sem dar muito trabalho. Na escola aprendemos História a empinar. Não pode ser. Isso funciona com a física ou química. Na História tem de se criar gosto, discussão, interpretações. A História não é uma ciência exacta. Os factos tem de ser interpretados. Tem psicologia, economia e política envolvidos.
Falou e disse Jorge!
Mas quanto mais se conhece a História mais se aprende sobre a índole humana e se percebe que ela é a mesma em qualquer povo e em qualquer época, só o que muda são "as razões" e os métodos...como este Al-Ahmar que para garantir sua paz não hesitou em sacrificar os outros muçulmanos.
Post a Comment