5.11.09

TURISTA OCIDENTAL - NO PAÍS DOS VÂNDALOS (10)

Ibn al-Ahmar instalou-se na velha alcazaba (fortaleza) da Alhambra. Para lá convergiram os refugiados. O povoamento estendeu-se até à colina a norte, o Albaicin, que recolheu os refugiados do vale de Beeça.
As fronteiras deste reino iriam manter-se inalteradas até 1480, com excepção de Tarifa e Aljazira que, entretanto, se perderam. Incluía as modernas províncias de Almeria, Granada, Málaga e parte da zona oriental de Cádis.
De 1333 a 1391, foram os anos de ouro do reino de Granada, coincidindo com os reinados de YusufI e Muhammad V. Foi nessa época que se construíram os palácios do Alhambra.
A partir do séc. XV, a política de Granada foi dominada pelas lutas violentas de um pequeno número de famílias que tentou impor os seus candidatos como governantes, enquanto a política externa era dominada por questões de tréguas e tributos: os soberanos que não conseguiam garantir a paz ou, em alternativa, pagavam demasiado alto por ela, passavam a ser alvos da ira do povo e, normalmente, perdiam o trono.
O principal conflito dá-se entre a família dos Banu Sarraj, os “Abencerragens” (ou albardeiros) e os seus inimigos, em especial os Zegris. Nada de profundamente político os separava. Meras questões de inveja e ressentimento. Lutas pelo domínio do palácio, que durante todo o século deram origem a constantes intrigas, assassínios e regicídios, enfraquecendo os restos do poder Nasrita.
Esta problemática dos “Abencerragens” haveria de levar à queda do reino.
Na imagem, tecto da sala dos Abencerragens, no Palácio do Alhambra
(a continuar)

3 comments:

Maria Augusta said...

Eles deixaram palácios suntuosos na Espanha, apesar das brigas.

EXPRESSO said...

O ALHAMBRA É FABULOSO.

Li Ferreira Nhan said...

"ressentimento"
com certa frequência ainda ouço essa palavra pra justificar brigas entre famílias; um verdadeiro fardo que carregam.
Alhambra é um deslumbre!