O Paço Real está, provocatoriamente, implantado na Praça da República, o chamado chão de oliva. Pois o Palácio foi construído sobre a antiga residência dos wallis mouros e constitui o único sobrevivente íntegro da arquitectura realenga medieval em Portugal. Teve intervenções no tempo de D. Dinis, D. João I e D. Manuel I, que, naquela habitual irrequietude decorativa, lhe acrescentou a chamada ala manuelina. Depois veio o renascimento e D. João III engrandeceu o Palácio com a Sala dos Cisnes e a Sala dos Brasões. Veja-se, ainda, a capela reformulada no tempo de D. Manuel, ao estilo mudéjar. Não se esqueça a Sala Árabe, parcialmente revestida a azulejos de matriz geométrica. Lá fora, o pátio central, com os seus arcos geminados cairelados. As duas chaminés cónicas da cozinha são imperdíveis. Aliás, nem elas se deixam perder com os seus fálicos 33 metros de altura, elevando-se em “ex-libris” da vila.
Consta que foi neste Palácio que Camões leu os “Lusíadas” pela primeira vez, estando presente El-Rey D. Sebastião, que em chegando ao Canto Sétimo, esgotado de tanta rima, terá tomado a decisão fatal de fuga para Alcácer Quibir.
Consta que foi neste Palácio que Camões leu os “Lusíadas” pela primeira vez, estando presente El-Rey D. Sebastião, que em chegando ao Canto Sétimo, esgotado de tanta rima, terá tomado a decisão fatal de fuga para Alcácer Quibir.
(a continuar)
2 comments:
"habitual irrequietude decorativa":
a mais completa definição do estilo Manuelino que eu já ouvi!
rsrs
e as chaminés,
põe "fálicos" nisso...
Li: D. Manuel era uma grande decorador! Pouco mais foi...
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